Na homilia do último domingo o Papa Leão XIV enfatizou o propósito
e a necessidade da família para o bem do ser humano, sua relação
com Deus e com a sociedade. Dessa forma, vai dando sinais da direção
que pretende colocar o seu serviço ministerial como Vigário de
Cristo durante o tempo que lhe couber por parte de Deus. Com o tempo
as coisas se definirão e ao que veio à tona ficará. Por hora,
podemos acolher suas palavras já que estas não estão desalinhadas
daquilo que Deus pede ao homem desde o início dos tempos como
podemos atestar no livro do Gênesis.
E assim disse Leão
XIV: “Caríssimos, recebemos a vida antes de a termos desejado. E
não só. Assim que nascemos, tivemos necessidade dos outros para
viver, já que sozinhos não teríamos conseguido: foi outra pessoa
que nos ajudou, cuidando de nós, do nosso corpo e do nosso espírito.
Assim sendo, todos nós vivemos graças a uma relação, ou seja, a
um vínculo livre e libertador de humanidade e de cuidado recíproco.
É verdade que às vezes essa humanidade é traída. Por exemplo,
cada vez que se invoca a liberdade não para dar a vida, mas para
tirá-la; não para socorrer, mas para ofender. No entanto, mesmo
diante do mal, que cria discórdia e mata, Jesus continua a
interceder por nós junto ao Pai, e a sua oração age como um
bálsamo nas nossas feridas, tornando-se para todos um anúncio de
perdão e reconciliação. Essa oração do Senhor dá sentido pleno
aos momentos luminosos do nosso querer bem aos outros, como pais,
avós, filhos e filhas. E é isso que queremos anunciar ao mundo:
estamos aqui para sermos “um”, como o Senhor nos quer “um”,
nas nossas famílias e onde quer que vivamos, trabalhemos e
estudemos: diferentes, mas um; muitos, mas um; sempre, em todas as
circunstâncias e em todas as etapas da vida.
Caríssimos, se nos
amarmos assim, sobre o fundamento de Cristo, seremos sinal de paz
para todos na sociedade e no mundo. E não esqueçamos: das famílias
nasce o futuro dos povos.
Sejamos pois,
testemunhos exemplares de cônjuges, pois o que se vê realmente é
que o mundo de hoje precisa da aliança conjugal para conhecer e
acolher o amor de Deus e superar, com a sua força que une e
reconcilia, as forças que desagregam as relações e as sociedades.
Por isso, digo a vós, esposos, com o coração cheio de gratidão
e esperança: o casamento não é um ideal, mas a regra do verdadeiro
amor entre o homem e a mulher; amor total, fiel e fecundo. Esse mesmo
amor, ao transformar-vos numa só carne, torna-vos capazes de, à
imagem de Deus, doar a vida.
Portanto, encorajo-vos a ser exemplos de coerência para os vossos
filhos, comportando-vos como quereis que eles se comportem,
educando-os para a liberdade através da obediência, procurando
sempre os meios para aumentar o bem que neles existe. E vós, filhos,
sede gratos aos vossos pais: dizer “obrigado” pelo dom da vida e
pelos dons que recebemos todos os dias é a primeira forma de honrar
o pai e a mãe. Por fim, a vós, queridos avós e idosos, recomendo
que cuideis daqueles que amais, com sabedoria e compaixão, com a
humildade e a paciência que os anos ensinam.
Na família, a fé é transmitida, de geração em geração,
junto com a vida: é partilhada como o alimento da mesa e os afetos
do coração. Isso a torna um lugar privilegiado para encontrar
Jesus, que nos ama e quer sempre o nosso bem.”
Fonte: adaptado por Jefferson Roger do site vaticans news
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