A Santa Missa



Por Santo Afonso Maria de Ligório

Os mesmos anjos aproveitam o tempo da missa para intercederem mais eficazmente em nosso favor; e o que então se não obtém, obter-se-á dificilmente em outro tempo. Que tesouros podemos, pois, ajuntar pela celebração devota do divino sacrifício e pela sua devota assistência!
Considera que a santa missa é um verdadeiro sacrifício impetratório, isto é, instituído para alcançar de Deus os auxílios e as graças de que necessitamos.

É uma verdade da fé que o Pai Eterno dispensa seus favores sempre que forem pedidos pelos merecimentos de Jesus Cristo: — “Se pedirdes alguma coisa a meu Pai em meu nome, Ele vô-la dará”.

Observa, porém, São João Crisóstomo, que no tempo da missa Deus os dispensa com maior largueza aos rogos do sacerdote, porque estes então são acompanhados e reforçados pelos rogos do próprio Jesus Cristo, o oferente principal, que neste sacrifício se oferece ao Pai, afim de nos obter as graças.

Pelo que um grande servo de Deus dizia: Quando celebro e tenho Jesus Cristo na mão, alcanço tudo que desejo.

Se soubéssemos que todos os Santos do paraíso, em união com a divina mãe, intercedem por nós, que confiança não teríamos de tudo suceder para nosso proveito?

Pois bem, é certíssimo que um só pedido de Jesus Cristo vale infinitamente mais do que todos os pedidos dos Santos.

Este pedido, posto que, na palavra de São Paulo, Jesus Cristo o faça por nós continuamente no céu — “Que também intercede por nós” fá-lo todavia especialmente na hora da missa, na qual se renova o sacrifício da Cruz.

Eis porque, como se exprime o Concílio de Trento, o tempo da celebração da missa é exatamente aquele em que o Senhor está no trono da graça, ao qual o Apóstolo nos exorta que recorramos com confiança para obtermos a divina misericórdia.

São João Crisóstomo atesta que os mesmos anjos esperam o tempo da missa para intercederem mais eficazmente a nosso favor; e acrescenta que o que não se alcança na missa, dificilmente se alcançará em outro tempo.

Oh! Que tesouros de graças podemos ajuntar celebrando devotamente o divino sacrifício ou assistindo a ele com atenção: Em todas as coisas fostes enriquecidos nele!

Se tivesses certeza de que perto de tua casa se acha uma rica mina de ouro e que cada dia te é permitido nela entrar meia hora para tirar quanto quiseres, qual não seria o teu contentamento?

Aviva, porém, a tua fé e lembra-te de que o rei do céu, na santa missa, põe à tua disposição uma mina incomparavelmente mais preciosa, porque contém os merecimentos infinitos de Jesus Cristo, pelos quais pode alcançar todas as graças.

Propõe-te, portanto, a assistir todos os dias à missa, mesmo a custo de algum incômodo. Pondera que, se o Senhor se oferece mil vezes sobre o altar por teu amor, justo é que tu também sacrifiques alguma pequena comodidade, algum pequeno interesse. E sendo-te impossível ouvir a missa, assiste a ela ao menos em espírito.

Infeliz de mim! Quantas graças, ó meu Deus, tenho perdido pelo meu descuido em as pedir celebrando ou ouvindo a santa missa! Mas, já que me iluminais, não me quero mais descuidar disso.

Ó Pai Eterno, uno as minhas orações às de Jesus Cristo e pelo amor desse vosso Filho, que por meu amor se imola sobre o altar, Vos rogo antes de tudo que me perdoeis todos os meus pecados, visto que os detesto de todo coração.

Fazei-me, além disso, conhecer os direitos infinitos que tendes ao meu amor e dai-me força para me livrar de todos os afetos terrestres e de empenhar todo o meu coração unicamente em Vos amar, que sois o bem supremo, digno de amor infinito.

Peço-Vos também que ilumineis aqueles que Vos não conhecem, ou vivem privados da vossa amizade. Meu Pai, dai a todos o dom da vossa graça; dai a todos o dom do vosso santo amor. Fazei-o pelo amor de Jesus Cristo e pela intercessão de Maria Santíssima.

fonte: Associação Apostolado do Sagrado Coração de Jesus

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Dizia São Bernardo:
"Fica sabendo, ó cristão, que mais se merece assistir devotamente uma só Missa (na igreja), do que distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar toda a Terra".

Também disse São Tomás de Aquino:
"O martírio não é nada em comparação com a Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece à Deus a sua vida; na Santa Missa, porém, Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens.Se o homem reconhecesse devidamente esse mistério, morreria de amor.A Eucaristia é o milagre supremo do Salvador; é o Dom soberano do Seu amor."

E São João Maria Vianney disse:
"Agradeçamos, pois, ao Divino Salvador por Ter nos deixado este meio infalível de atrair sobre nós as ondas da divina misericórdia.A Santa Missa é uma embaixada à Santíssima Trindade; de inestimável valor; é o próprio Filho de Deus que a oferece."

Dizia Santo Agostinho:
"Na hora da morte, as Missas à que houveres assistido, serão a tua maior consolação. Um dos fins da Santa Missa, é alcançar para ti o perdão dos teus pecados. Em cada Missa, podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados, pena essa que será diminuída na proporção do teu fervor.Assistindo com devoção à Santa Missa, prestas a maior das honras à Santa Humanidade de Jesus Cristo. Ele se compadece de muitas das tuas negligências e omissões. Perdoa-te os pecados veniais não confessados, dos quais, porém, te arrependes; preserva-te de muitos perigos e desgraças que te abateriam.Diminui o império de satanás sobre ti mesmo. Sufraga as almas do Purgatório da melhor maneira possível. Uma só Missa a que houveres assistido em vida, será mais salutar que muitas a que os outros assistirão por ti depois da morte. Será ratificada no Céu a bênção que do Sacerdote recebes na Santa Missa."

E São Francisco de Assis dizia:
"Sinto-me abrasado de amor até o mais íntimo do coração pelo santo e admirável Sacramento da Santa Eucaristia e deslumbrado por essa clemência tão caridosa de Nosso Senhor, a ponto de considerar grave falta , para quem, podendo assistir a uma Missa, não o faz."

Também disse São Boaventura:
"A Santa Missa é a obra na qual Deus coloca sob os nossos olhos todo o amor que Ele nos tem; é de certo modo, a síntese de todos os benefícios que Ele nos faz."

São Lourenço disse:
"Nenhuma língua humana pode exprimir os frutos de graças, que atrai o oferecimento do Santo Sacrifício da Missa."

E São Jerônimo dizia:
"Nosso Senhor Jesus Cristo nos concede tudo o que Lhe pedimos na Santa Missa; e o que mais vale é que nos dá ainda o que nem sequer cogitamos pedir-Lhe e que, entretanto, nos é necessário. Cada Santa Missa a que assistires, alcançar-te-á, no Céu, maior grau de glória."

Também Santa Matilde:
"Todas as Missas tem um valor infinito, pois são celebradas pelo próprio Jesus Cristo, com uma devoção e amor acima do entendimento dos Anjos e dos homens, constituindo o meio mais eficaz, que nos deixou Nosso Senhor Jesus Cristo, para a salvação da humanidade."

E afirmava São João Crisóstomo:
"Após a consagração, eu tenho visto esses milhares de Anjos formando a corte real de Jesus, em volta do tabernáculo, eu os tenho visto com meus próprios olhos."

São Leonardo de Porto Maurício:

1- Na hora da morte, as Santas Missas que tiverdes ouvido devotamente serão vossa maior consolação.

2- Deus vos perdoa todos os pecados veniais que estais determinados a evitar.

3- Ele vos perdoa os vossos pecados desconhecidos (esquecidos) que jamais confessareis.

4- O poder de satanás sobre vós é diminuído.

5- Cada Missa irá convosco ao Julgamento e implorará por perdão para vós.

6- A cada Missa tendes diminuída a punição temporal devida a vossos pecados, mais ou menos, de acordo com vosso fervor.

7- Assistindo devotamente à Santa Missa, rendeis a maior homenagem possível à Sagrada Humanidade de Nosso Senhor.

8- Através do Santo Sacrifício, Nosso Senhor Jesus Cristo repara por muitas de vossas negligências e omissões.

9- Ouvindo piedosamente a Santa Missa, ofereceis às Almas do Purgatório o maior alívio possível.

10- Uma Santa Missa ouvida durante vossa vida será de maior benefício a vós do que muitas ouvidas por vós após vossa morte.

11- Através da Santa Missa, sois preservados de muitos perigos e infortúnios, que de outra forma cairiam sobre vós.

12- Vós encurtais vosso Purgatório a cada Missa.

13- Durante a Santa Missa, vós ajoelhais entre uma multidão de santos Anjos, que estão presentes ao Adorável Sacrifício com reverente temor.

14- Pela Santa Missa sois abençoados em vossos bens e empreendimentos temporais.

15- Quando ouvis a Santa Missa devotamente, oferecendo-a ao Deus Todo-Poderoso em honra de qualquer Santo ou Anjo em particular, agradecendo a Deus pelos favores dispensados nele, vós conseguis para aquele Santo ou Anjo um novo grau de honra, alegria e felicidade, e dirigis seu amor e proteção especiais dele para vós.

16- Toda vez que assistis a Santa Missa, entre outras intenções, deveis oferecê-la em honra do Santo do dia.

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São Leonardo de Porto Maurício, ardoroso apóstolo da Santa Missa, nos dá seu ensino, ainda bastante atual: “Eis o meio mais adequado para assistir com fruto a Santa Missa: consiste em irdes à igreja como se fôsseis ao Calvário, e de vos comportardes diante do altar como o faríeis diante do Trono de Deus, em companhia dos santos anjos. Vede, por conseguinte, que modéstia, que respeito, que recolhimento são necessários para receber o fruto e as graças que Deus costuma conceder àqueles que honram, com sua piedosa atitude, mistérios tão santos.” (São Leonardo de Porto Maurício. Tesouro Oculto)

O sacerdote, antes de celebrar a Santa Missa, deve dizer algumas orações, como as previstas pela liturgia da Igreja. Elas ajudam-no a melhor se preparar para oferecer tão augusto sacrifício a Deus, Nosso Senhor. Entre elas, contam-se aquela na qual o celebrante pede a graça de bem celebrar e dispõe-se a oferecer a Missa segundo o rito e a intenção da Santa Igreja. Outras, ajudam-no a dispor sua alma para penetrar no tremendo mistério da Santa Missa.

O fiel participante da Missa é convidado a também rezar algumas orações, antes de começar a celebração, preparando sua alma para receber os efeitos do sacrifício e do sacramento. É salutar lembrar que Nossa Senhora em suas aparições nos afirma seu desejo de que seja rezado um terço antes de cada Santa Missa.

“Cân. 898 – Os fiéis tenham na máxima honra a santíssima Eucaristia, participando ativamento do augustíssimo Sacrifício, recebendo devotíssima e freqüentemente esse sacramento e prestando-lhe culto com suprema adoração (...).” (Código de Direito Canônico)

Principais regras para a liturgia da Santa Missa



Entrada, Sinal-da-Cruz e Saudação

O sacerdote e os ministros – concelebrantes, diáconos, acólitos, cerimoniários – se dirigem ao presbitério, diretamente da sacristia ou em procissão do fundo da igreja. Durante esse tempo, é cantado um canto de entrada, ou a Antífona da Entrada, que, aliás, pode ser simplesmente dita.

Chegando ao presbitério, o celebrante e seus auxiliares genufletem, se houver tabernáculo, ou fazem vênia ao altar, se não houver ou se aquele estiver deslocado para uma capela lateral. Após a genuflexão ou a vênia, conforme o caso, deve o celebrante beijar o altar.

Na falta de canto de entrada, o sacerdote canta ou diz a Antífona da Entrada após a Saudação. Nas Missas sem povo, a Antífona da Entrada é dita após o Ato Penitencial e antes do Kyrie. Do contrário, segue diretamente para esta, após uma breve monição introdutória à Missa do dia.

Está proibido o uso de elementos, na procissão de entrada, que não apontem para a essência do ato sagrado, para o caráter sacrifical da Santa Missa, e que, por isso mesmo, não estão descritos nas rubricas. Dessa forma, os acólitos e demais ministros podem carregar, na entrada, o Missal ou o Evangeliário, o turíbulo com o incenso, e a cruz processional. Outros símbolos, como cartazes explicativos, por exemplo, mesmo que tenham significado religioso, não podem ser usados: primeiro por não estarem previstos nas normas litúrgicas; segundo por não apontarem para o caráter sacrifical da Missa. Já vi em uma procissão de entrada, ministros levando pombas na Missa de Pentecostes, e ramos de árvores em uma na qual o Evangelho do dia falava da videira que é Cristo. Ora, tais são exemplos do que é totalmente inadmissível na celebração do Santo Sacrifício da Missa.

A Saudação é dirigida pelo sacerdote. O sinal-da-cruz é feito por todos os fiéis, mas sua fórmula é dita somente pelo padre! Ele é quem oferece o sacrifício e preside os atos dos fiéis; só ele é essencial para que haja Missa válida, ainda que seja preciso ao menos um assistente para que ela seja lícita, exceto por alguma razão que justifique essa ausência. Só o padre diz a fórmula do sinal-da-cruz porque é ele quem está se apresentando diante do santuário sagrado de Deus, Nosso Senhor. Não se pode substituir a fórmula própria e tradicional por outra, ainda que pouca diferença ou com meros acréscimos àquela. Não se inventem “musiquetas” com a letra do sinal-da-cruz para uso na Missa! Os fiéis, à fórmula do sinal-da-cruz, respondem “Amém”, expressando sua adesão à intenção do celebrante.

Após, o sacerdote dirige a Saudação propriamente dita, segundo uma das fórmulas previstas no Missal Romano, a qual é respondida apropriadamente pelos fiéis, segundo as mesmas disposições das rubricas.

A Santa Missa é um sacrifício de Deus Filho a Deus Pai, na unidade de Deus Espírito Santo. Ainda que a humanidade, representada pelo povo que está na igreja, seja a beneficiária do sacrifício, Deus é o destinatário. É a Ele que a Missa é dirigida, e não aos fiéis, não à assembléia. Não está o sacerdote na Missa para dirigir um espetáculo ao povo. Tampouco é a Missa uma palestra do padre à assembléia em oração, ou uma exposição sua acerca do mistério da Cruz: ela é o próprio mistério da Cruz tornado novamente presente!

Dessa maneira, não é conveniente que o sacerdote cumprimente os fiéis, no início da Missa, como se fosse um mestre-de-cerimônias, ou como se a eles fosse a celebração dirigida. O padre está na Missa para oferecer um sacrifício ao Pai: é um diálogo do sacerdote com Deus, e não do primeiro com o povo. Aliás, as intervenções dialogadas entre o padre e os fiéis são uma motivação a estes para que, junto com o sacerdote, apresentem-se unidos a Cristo no sacrifício oferecido ao Pai. Os pólos da Missa não são o padre, de um lado, e o povo de outro, e sim esses dois – padre e povo – de um, e Deus de outro. É Deus quem deve ser “cumprimentado”.

A única saudação é a própria do início da Missa, que serve como uma bênção de Deus, através do sacerdote, para os fiéis que a Ele vieram oferecer Seu Filho. O uso de outra saudação, como “bom dia”, “boa tarde”, além de sua falta de senso em face do destinatário da adoração prestada na Missa, faz com que a saudação litúrgica fique sem sentido.

Ato Penitencial

Convidando os fiéis a um ato de arrependimento, o sacerdote celebrante os introduz ao rito, com a fórmula prevista no Missal. Após uma breve pausa, utiliza uma das três fórmulas: a) o Confiteor; b) o “Tende compaixão”; c) o Kyrie. Conclui com uma absolvição, que, por ser desprovida de força sacramental, não possui a eficácia do Sacramento da Penitência celebrado na confissão dos pecados ao sacerdote.

Podem ser cantadas músicas de Ato Penitencial, desde que a letra utilizada seja de alguma das formas prescritas. Quaisquer outros cantos, ainda que implorem o perdão de Deus e demonstrem arrependimento dos pecados, estão excluídos por não se encaixarem no ordinário da Missa, do qual o Ato Penitencial é integrante.

O Ato Penitencial é omitido quando se celebra, no início da Missa, o rito do Asperges, e também quando a celebração for imediatamente precedida de um ofício da Liturgia das Horas com caráter penitencial. Nos demais casos, muito mais comuns, é imprescindível!

Quando as invocações do Kyrie, “Senhor, tende piedade de nós...”, não forem utilizadas no Ato Penitencial, devem ser proferidas após a absolvição que se segue àquele. Isso significa que sempre que o Ato Penitencial consistir no Confiteor (“Confesso a Deus todo-poderoso...”) ou no “Tende compaixão”, o Kyrie é feito em um ato próprio.

“Depois do Ato Penitencial inicia-se sempre o ‘Senhor, tende piedade’, a não ser que já tenha sido rezado no próprio ato penitencial. Tratando-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é executado normalmente por todos, tomando parte nele o povo e o grupo de cantores ou o cantor.” (Instrução Geral do Missal Romano, 52)

É possível que o Kyrie rezado seja substituído por uma música que tenha as invocações na letra.

Glória ou Hino de Louvor

O Glória deve cantado ou dito nos Domingos fora do Advento e da Quaresma, nas solenidades e nas festas. Seu texto antiqüíssimo não deve ser substituído por outro (cf. Instrução Geral do Missal Romano, 53). O costume, infelizmente disseminado em muitas paróquias, de substituir tal hino por um simples “canto de glória” encontra expressa proibição na Instrução Geral. Nem mesmo o famoso “canto de glória” com letra de louvor à Santíssima Trindade, que alguns afirmam ser suficiente, serve para ser executado nesse momento. O hino do Glória faz parte do Ordinário da Missa, e deve ser cantado ou dito integralmente, como está no Missal!

Posições do corpo

As posições utilizadas na Missa refletem o estado que a alma do fiel deve ter no momento em que ela é utilizada. Mais do que atos externos e mecânicos, elas salientam a importância de determinadas partes da Missa e apontam ao fiel como deve se portar interiormente nelas.

Assim, a posição em que mais tempo ficamos durante a Missa é em pé. Ficamos em pé durante os Ritos Iniciais, na Seqüência, na Aclamação ao Evangelho e em sua Proclamação, na Profissão de Fé, na Oração Universal, e desde logo antes do “Orai, irmãos...” – durante o Ofertório – até a Epíclese ou a Consagração – conforme o costume –, desde a Aclamação que se segue ao “Eis o Mistério da Fé” até a Comunhão do Sacerdote, e da Oração depois da Comunhão até a Despedida. Ficamos sentados durante as leituras da Liturgia da Palavra, durante a Homilia, e durante o Ofertório. Podemos ficar sentados também enquanto outros fiéis estão na procissão para recepção da Comunhão, ou após comungarmos, na Ação de Graças. Ficamos, por fim, ajoelhados, na Consagração, e, onde for costume, também após receber a Santa Comunhão e no Ato Penitencial. É costume, outrossim, que os que não podem comungar, por qualquer motivo, ajoelhem-se para fazer um ato de comunhão espiritual, que, todavia, pode ser feito de pé ou mesmo sentado, ainda que o recomendável seja a primeira posição – de joelhos.

A genuflexão é um ato que consiste em dobrar apenas o joelho direito, encostando-no no chão – e não apenas fazendo uma espécie de “meia genuflexão”. O sacerdote faz tal gesto logo após a Consagração, uma vez depois de cada espécie (portanto, temos aí duas genuflexões). Também deve o celebrante genufletir antes de comungar (terceira genuflexão). Se houver sacrário no presbitério, o sacerdote e os ministros genufletem quando passarem por ele, no início e no fim da Missa, exceto o acólito que carrega a cruz processional, mas não durante a mesma. Os fiéis devem genufletir, durante e fora da Missa, sempre que passarem pelo sacrário, exceto se caminharem processionalmente; havendo apenas o altar sem o tabernáculo, faz-se a inclinação profunda – vênia.

Faça-se inclinação de cabeça aos nomes de Jesus, de Maria Santíssima e ao nomear conjuntamente as Pessoas da Trindade.

Modo de receber a Santa Comunhão Eucarística

O fiel deve receber a Comunhão com reverência e piedade. Para isso, a prática tradicional da Igreja é a de distribuir a Eucaristia aos fiéis estando eles de joelhos, e diretamente na língua. É permitido que, apesar dessa prática ser a normativa, o fiel receba a Comunhão de pé, desde que, antes de o fazer, demonstre respeito pelo sacramento, inclinando-se diante da Eucaristia. Estando de pé, e tendo se inclinado antes de receber a Comunhão, pode comungar diretamente na língua ou nas mãos, fazendo, se esse optar por esse modo, das mãos um trono. Nunca pode o fiel receber a Comunhão nas mãos em forma de pinça!

“A Igreja sempre pediu dos fiéis, respeito e reverência pela Eucaristia no momento de recebê-la. No que diz respeito à maneira de ir para a Comunhão, o fiel pode recebê-la de ambos os modos: ajoelhando-se ou ficando de pé, de acordo com as normas estabelecidas pela conferência episcopal: ‘Quando o fiel comunga ajoelhado, nenhum outro sinal de reverência pelo Santíssimo Sacramento é requerido, uma vez que ajoelhar é por si só um sinal de adoração. Quando se recebe a Comunhão estando em pé, é rigidamente recomendado que, ao vir em procissão, faça-se um sinal de reverência antes de receber o Sacramento. Isto pode ser feito no exato momento e lugar, de forma que a ordem das pessoas que vêm e voltam da Comunhão não fique interrompida.’” (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Inestimabile Donum, 11)

A Comunhão de joelhos e na língua é a forma tradicional de receber a Sagrada Eucaristia. Por isso, nenhum sacerdote pode proibir o fiel de fazer uso desse direito. Tampouco pode proibir que o receba na língua, se estiver de pé, e haja indulto para que receba de pé. Em casas de congregações religiosas, capelas e circunscrições eclesiásticas nas quais vige a disciplina sacramental do Missal de 1962, pode o Ordinário ou Superior determinar que a única forma de comungar seja a tradicional, de joelhos e na língua; em todas as outras, há liberdade para o fiel, não podendo o sacerdote negar-lhe a Comunhão por este preferir ajoelhar-se ou receber na língua. “Jamais se obrigará algum fiel a adotar a prática da comunhão na mão.” (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Notificação de 3 de abril de 1985)

De qualquer maneira, o sacerdote ou outro ministro que distribua a Comunhão Eucarística, tenha o máximo cuidado de não perder nenhum dos fragmentos do Santíssimo Corpo nem alguma gota do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme o sábio conselho dos Padres: “Se algum fragmento vieres a perder, seja para ti como se estivesses perdendo um de teus membros.” (São Cirilo de Jerusalém. Catequeses Mistagógicas, 5,21: PG 33,1126)

Ofertório

Ordinariamente, os objetos utilizados na Liturgia Eucarística – vasos sagrados, missal, dons etc – devem estar não sobre o altar, mas na credência, espécie de mesa auxiliar.

Terminada a Liturgia da Palavra, o diácono prepara o altar. (cf. IGMR, 74) Nas Missas sem diácono, qualquer ministro leigo pode preparar o altar. “O acólito ou outro ministro leigo coloca sobre o altar o corporal, o purificatório, o cálice, a pala e o missal.” (Instrução Geral do Missal Romano, 139)

Durante o Ofertório, os fiéis são convidados a manifestar sua gratidão a Deus mediante contribuições financeiras e, principalmente, pela união de seus corações ao de Cristo que se oferece no Sacrifício da Missa. Não se incorpore, todavia, ao rito da Missa orações não previstas pelos livros litúrgicos, como a disseminada “Oração do Dizimista” ou a esta assemelhadas, principalmente se substituir a Oração sobre as Oferendas, o que, neste último caso, é considerado abuso gravíssimo!

O principal ato do Ofertório, todavia, é o agradecimento que o sacerdote faz dos dons – pão e vinho – sobre os quais irá orar, mudando-os, na hora da Consagração, no Corpo e no Sangue do Senhor.

“Convém que a participação dos fiéis se manifeste através da oferta do pão e do vinho para a celebração da Eucaristia, ou de outras dádivas para prover às necessidades da igreja e dos pobres. As oblações dos fiéis são recebidas pelo Sacerdote, ajudado pelo acólito ou outro ministro. O pão e o vinho para a Eucaristia são levados para o celebrante, que os depõe sobre o altar, enquanto as outras dádivas são colocadas em outro lugar adequado.” (Instrução Geral do Missal Romano, 140)

O celebrante eleva um pouco a patena com a hóstia, dizendo em silêncio as palavras de agradecimento. Depois, no lado do altar, derrama o vinho no cálice com um pouco de água, falando, ainda em silêncio, as palavras que o rito manda que se digam (“Por esta água...”). Em seguida, retorna ao centro do altar e faz com o cálice de vinho o mesmo que fez com a patena contendo o pão. Afasta-se um pouco e inclina-se profundamente, rezando uma prece específica prescrita pelo Missal: “De coração contrito e humilde, sejamos, Senhor, acolhidos por vós; e seja o nosso sacrifício de tal modo oferecido que vos agrade, Senhor, nosso Deus.” (Missal Romano; Ordinário da Missa; Preparação das Oferendas) Volta o sacerdote ao lado do altar, e procede ao lavabo, em que pode ser auxiliado por um acólito ou servo, pedindo a Deus a purificação de seus pecados para melhor oferecer o sacrifício. É proibido fazer o Ofertório dos dois dons – pão e vinho – ao mesmo tempo.

Pode haver uma procissão em que os fiéis levam os dons do pão e do vinho ao presbitério. Pode, além disso, haver um canto de ofertório. Esse canto, opcional como dissemos, é entoado durante a preparação do altar, durante a procissão das oferendas e durante o Ofertório propriamente dito, ou somente na primeira parte, e ainda apenas na primeira e na segunda. Se, durante as orações de agradecimento do Ofertório – “Bendito sejais...” –, não houver canto, elas são ditas em voz alta, ocasião na qual os fiéis devem responder: “Bendito seja Deus para sempre.”

A Oração sobre as Oferendas, como a Coleta e a Oração depois da Comunhão, são parte do Próprio da Missa. Cada Missa tem a sua, e o sacerdote, depois de feito o Ofertório, convida os fiéis a se unirem a ele, em silêncio, na oração. Antigamente, a Oração sobre as Oferendas era chamada Secreta.

Chama o sacerdote o povo com as palavras habituais: “Orai, irmãos e irmãs...” A assembléia, ao ouvir esse convite, levanta-se e responde: “Receba o Senhor por tuas mãos...” Em seguida, o celebrante reza a oração, ao final da qual todos respondem com o amém costumeiro. O acólito pode segurar o missal para auxiliar o padre na leitura da prece. Repetimos que não é possível substituir essa oração por qualquer outra, nem pela chamada “do Dizimista”.

Oração Eucarística

“Cân. 907 – Na celebração eucarística, não é lícito aos diáconos e leigos proferir as orações, especialmente a oração eucarística, ou executar as ações próprias do sacerdote.” (Código de Direito Canônico)

Por sua vez, uma instrução da Cúria Romana explicita o assunto, ao disciplinar: “Está reservado ao sacerdote, em virtude de sua ordenação, proclamar a Oração Eucarística, a qual por sua própria natureza é o ponto alto de toda a celebração. É, portanto, um abuso que algumas partes da Oração Eucarística sejam ditas pelo diácono, por um ministro subordinado ou pelos fiéis. Por outro lado isso não significa que a assembléia permanece passiva e inerte. Ela se une ao sacerdote através do silêncio e demonstra a sua participação nos vários momentos de intervenção providenciados para o curso da Oração Eucarística: as respostas no diálogo Prefácio, o Sanctus, a aclamação depois da Consagração, e o Amém final depois do Per Ipsum.” (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Inestimabile Donum, 4)

“A proclamação da Oração Eucarística, que por sua natureza, é pois o cume de toda a celebração, é própria e exclusiva do sacerdote, em virtude de sua mesma ordenação. Por tanto, é um abuso fazer que algumas partes da Oração Eucarística sejam pronunciadas pelo diácono, por um ministro leigo, ou ainda por um só ou por todos os fiéis juntos. A Oração Eucarística, portanto, deve ser pronunciada em sua totalidade, tão somente pelo Sacerdote.” (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Redemptionis Sacramentum, 52)

A Oração Eucarística contém a Consagração, o próprio sacrifício, e também outras partes que, por sua essência, conferem os motivos pelos quais oferecemos o mesmo sacrifício. O que, por isso, não é ato sacrifical – a Consagração –, é ou a preparação para ele ou a explicitação das razões pelas quais oferecemos aquele. Portanto, como sacrifício ou parte essencialmente anexa, deve ser feita a Oração Eucarística pela pessoa investida na dignidade sacerdotal, dotada, pelo sacramento da Ordem, da virtude do sacerdócio de Cristo. Por conseguinte, os leigos não podem dizer nenhuma parte da Oração Eucarística, somente as respostas próprias que sejam prescritas pelo Missal. O celebrante que oferece aos leigos, ou a clérigos desprovidos da dignidade sacerdotal, que digam a Oração Eucarística, está ignorando sua posição no Corpo de Cristo, está desprezando o caráter sacrificador que foi impresso em sua alma quando do recebimento do sacramento da Ordem. Por mais que digam o contrário, há sim diferença entre o leigo e o padre, entre o sacerdócio hierárquico deste e o sacerdócio comum daquele, e diferença de essência, não apenas de grau.

A Oração Eucarística não pode ser interrompida, nem mesmo para explicações pretensamente catequéticas: a melhor catequese é a liturgia bem celebrada! “O Presidente (n.a.: da celebração) não intervenha durante a Oração Eucarística.” (Instrução Geral do Missal Romano, 31) Por isso, exclui-se também qualquer instrução no meio da Oração Eucarística, ainda que de poucas palavras.

A Missa é sacrifício, já sabemos. O ato próprio em que Cristo, a Vítima, é sacrificado, se dá na Consagração do pão e do vinho, que suas substâncias mudam-se no Seu Corpo e Sangue. Todavia, se a Consagração é o sacrifício em si, há um momento em que ele é oferecido ao Pai. Depois de sacrificar a vítima, devemos oferecê-la ao destinatário. Na Santa Missa, o oferecimento do sacrifício ao Pai ocorre quando o sacerdote diz o “Per Ipsum”, o “Por Cristo”. Pela letra do texto, vemos que se trata de um oferecimento mesmo do Cristo sacrificado durante a Consagração. Ora, tal oferecimento é ato propriamente sacerdotal, e, como tal, é feito por Jesus Cristo, único e Sumo-Sacerdote. E o modo como Jesus Sacerdote age na Missa é através dos que a Ele se unem pelo sacramento da Ordem, os padres, em virtude do qual passam esses últimos a desempenhar sua ação sacerdotal que brota de Cristo. Não há sentido nos leigos rezarem tal oração. É como se os leigos pudessem consagrar. Não se trata de simples proibição, ainda que também o seja, mas de uma afirmação da esterilidade dessa oração ser recitada por quem não goza do sacerdócio hierárquico da Igreja.

“O Per Ipsum (por Cristo, com Cristo, em Cristo) por si mesmo é reservado somente ao sacerdote. Este Amém final deveria ser enfatizado sendo feito cantado, desde que ele é o mais importante de toda a Missa.” (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Inestimabile Donum, 4)

“No fim da Oração Eucarística, o Sacerdote, tomando a patena com a hóstia e o cálice ou elevando ambos juntos, profere sozinho a doxologia ‘Por Cristo’. Ao término, o povo aclama ‘Amém’. Em seguida, o Sacerdote depõe a patena e o cálice sobre o corporal.” (Instrução Geral do Missal Romano, 151)
“A doxologia final da Oração Eucarística é proferida somente pelo Sacerdote celebrante principal, junto com os demais concelebrantes, não, porém, pelos fiéis.” (Instrução Geral do Missal Romano, 236)

Quanto a estender a mão para o altar, como que para se unir ao sacerdote, é outro ato que, além de não ser previsto pelas normas litúrgicas – o que mostra sua proibição tácita, segundo o costume de interpretação da liturgia –, demonstra-se estéril, desprovido de qualquer sentido. Unir-se ao sacerdote para que? Para oferecer também o sacrifício? Com que autoridade? A do Batismo, que confere aos fiéis um sacerdócio comum, não é suficiente, necessitando-se da autoridade do sacerdócio hierárquico conferido pela Ordem. Se não se pode falar a oração, tampouco fazer outro gesto com o mesmo objetivo.

O documento da Igreja que acompanha cada edição oficial do Missal em rito romano é claro ao explicar o modo de escolha da Oração Eucarística:

“A escolha entre as várias Orações eucarísticas, que se encontram no Ordinário da Missa, segue, oportunamente, as seguintes normas:

a) A Oração eucarística I, ou Cânon romano, que sempre pode ser usada, é proclamada mais oportunamente, nos dias em que a Oração eucarística tem o Em comunhão próprio ou nas Missas enriquecidas com o Recebei, ó Pai, próprio, como também nas celebrações dos Apóstolos e dos Santos mencionados na mesma Oração; também nos domingos, a não ser que por motivos pastorais se prefira a Terceira Oração eucarística.

b) A oração eucarística II, por suas características particulares, é mais apropriadamente usada nos dias de semana ou em circunstâncias especiais. Embora tenha Prefácio próprio, pode igualmente ser usada com outros prefácios, sobretudo aqueles que de maneira sucinta apresentem o mistério da salvação, por exemplo, os prefácios comuns. Quando se celebra a Missa por um fiel defunto, pode-se usar a fórmula própria proposta no respectivo lugar, a saber antes do Lembrai-vos também.

c) A Oração eucarística III pode ser dita com qualquer Prefácio. Dê-se preferência a ela nos domingos e festas. Se, contudo, esta Prece for usada nas Missas pelo fiéis defuntos, pode-se tomar a fórmula especial pelo falecido, no devido lugar, ou seja, após as palavras: Reuni em vós, Pai de misericórdia todos os vossos filhos e filhas dispersos pelo mundo inteiro.

d) A Oração eucarística IV possui um Prefácio imutável e apresenta um resumo mais completo da história da salvação. Pode ser usada quando a Missa não possui Prefácio próprio, bem como nos domingos do Tempo comum. Não se pode inserir nesta Oração, devido à sua estrutura, uma fórmula especial por um fiel defunto.” (Instrução Geral do Missal Romano, 365)

Além dessas preces universais, existem outras para circunstâncias especiais, compostas por diferentes conferências episcopais e aprovadas pela Santa Sé. Cada uma delas seja usada conforme a necessidade (v.g., para crianças, para celebrações que enfatizem a reconciliação etc).


Evite-se, por isso, cair no uso de apenas uma das orações, valorizando, sobretudo, o Cânon Romano, presente já na forma tradicional da Missa, dita tridentina, e preservada na reforma de Paulo VI.

Durante a Consagração, é obrigatório o silêncio! Infelizmente popularizou-se, especialmente por grupos de música ligados à espiritualidade da Renovação Carismática Católica, o costume de entoar cantos de louvor ao Santíssimo Sacramento após ou durante a Consagração. Isso está terminantemente proibido! Nem mesmo acompanhamento instrumental é permitido. É silêncio absoluto! Conferir Instrução Geral do Missal Romano, 32.

Pai Nosso

Não se deve inventar letra ou oração alguma para substituir o Pai Nosso. Reze-se o Pai Nosso com o texto liturgicamente previsto, sem acréscimos ou omissões. Quando for cantado, também não é permitido acrescentar nem omitir nada do texto aprovado – nem o tristemente disseminado “Pai Nosso que estais nos céus, Pai Nosso que estais aqui.” A oração do Pai Nosso deve ser feita tal qual está no Missal, e não com uma letra diferente, ainda que só ligeiramente alterada.

Só o sacerdote levanta as mãos, pois está rezando em nome da comunidade. Dispensável, pois, que os fiéis as levantem. Não há, entretanto, proibição expressa para isso, e muitos liturgistas experientes e bastante ortodoxos, como o Mons. Peter Elliott, consultor do Vaticano e autor de Cerimonies of the Modern Roman Rite (em espanhol, Guia Pratica de la Liturgia) e de Liturgical Question Box, não se posicionam contrários a que os fiéis também levantem as mãos. Como a questão é controvertida, somos da opinião de que, como tudo o que é dispensável em liturgia e que não esteja prescrito deve ser evitado, os fiéis não as levantem.

Não se pode, outrossim, dar as mãos durante o Pai Nosso, como é costume, infelizmente, em muitas paróquias. Além de não estar previsto no Missal, não há sentido algum em dar as mãos, eis que não aponta para o ato sacrifical, além de conferir um certo ar esotérico incompatível com a Fé católica. A origem da oração de mãos dadas está nas devoções particulares, próprias de alguns movimentos, e, em si, é lícita. Ocorre que a liturgia, por seu caráter público, não é ocasião propícia para que sejam utilizados elementos da piedade individual.

Rito da Paz

O Rito da Paz inicia-se logo após o Embolismo do Pai Nosso. Tendo os fiéis respondido “Vosso é o Reino...”, o sacerdote celebrante reza: “Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo.” (Missal Romano; Ordinário da Missa; Oração da Paz) Essa oração, ao contrário do que acontece em algumas paróquias, é dita somente pelo padre. Os fiéis permanecem em silêncio, anuindo ao desejo do sacerdote com seu “Amém”.

Feita prece, o celebrante, se for conveniente – por condições de tempo, lugar e evento particularmente festejado –, pode exortar a todos que se saúdem transmitindo a paz do Senhor aos que estão participando da Missa. Usa, então, alguma das fórmulas de exortação ou alguma semelhante.

Cuide-se que o Rito da Paz não se torne desorganizado, com pessoas saindo de seus lugares e dando à Santa Missa um aspecto pouco piedoso. A balbúrdia e a bagunça não devem ser parte da Celebração Eucarística. Qualquer dispersão pode perturbar a devida devoção, que se requer para a frutuosa participação no sacramento a receber.

É por esse motivo que as rubricas não prescrevem nenhum canto específico para esse momento, nem prevêem que possa ser entoada uma música, como essas costumeiras que vemos por aí, cantadas como se fossem “cantos de paz”. Não há, liturgicamente falando, “canto de paz”, como não existe “canto de glória”.

Claro que, em situações bem específicas e havendo justo motivo, a saudação do Rito da Paz pode ser acompanhada por algum canto, mesmo que não esteja previsto, desde que não favoreça a dispersão da comunidade e uma certa excitação dos fiéis. Tal canto seja prudentemente escolhido e favoreça a ato celebrado. Lembremos: só em ocasiões isoladas! Não se faça do “canto de paz” uma regra na Missa da paróquia.

Avisos

Há uma oração que, como o nome diz, não é “Oração depois dos Avisos”, mas “Oração depois da Comunhão”. Deve, portanto, ser feita logo após a Ação de Graças, momento no qual o fiel deve deleitar-se da presença de Cristo em sua alma.

Os avisos e comunicações, se necessários, podem ser dados, pelo padre, durante a homilia, ou, por qualquer pessoa, após a Oração depois da Comunhão. Em algumas igrejas, os avisos são dados, erroneamente, antes dessa oração, o que está errado, visto que seu nome é “Oração depois da Comunhão”, e não “Oração depois dos Avisos”.

Presbitério

No presbitério, lugar sagrado por excelência, evitem os fiéis o trânsito regular. Se necessário passar por ele façam a devida reverência ao altar, e, se houver tabernáculo, genuflexão, sempre!

Durante a Santa Missa, ficam no presbitério somente o sacerdote, o diácono e os acólitos. Os ministros extraordinários da Comunhão Eucarística só se aproximem do presbitério quando necessário – nas ocasiões permitidas e raríssimas, conforme já dissemos –, e somente depois de o sacerdote ter comungado, se ele os chamar. Fiquem, portanto na nave da igreja, junto com os demais fiéis. Os leitores e comentaristas também fiquem na nave, e só se aproximem do presbitério no momento de executar suas funções.

Apresentações artísticas e Santa Missa

Mesmo que, em algumas ocasiões especiais, tenha presenciado apresentações artísticas durante a Santa Missa, como uma peça de teatro encenada no Natal, isso não está correto. A Missa é um ato real em que Cristo Se oferece por nós em sacrifício ao Pai. É a Cruz tornada presente. Por isso, não há lugar para eventos que não apontem para essa realidade: uma encenação, por exemplo, passaria a idéia de tudo é mero símbolo, quando, na verdade, os símbolos da Missa indicam e refletem algo vivo, o sacrifício de Cristo.

As regras litúrgicas, por essa razão, não permitem que a Santa Missa seja interrompida. Se um coral deseja se apresentar, ou um grupo de atores quer representar o Evangelho, faça-se fora da Missa, antes ou depois dela. E, para que se utilize o recinto da igreja, cuide-se que o presbitério não seja usado como palco, respeitando o santuário, e também seja o pároco ou reitor extremamente zeloso de que não se faça algazarra no recinto sagrado.


fonte: www.veritatis.com.br

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