quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O céu em degraus

Caros leitores, biblicamente falando, nossa vida passa pela experiência dos três céus. Não se trata de algum tipo de invenção mundana ou científica e sim de uma realidade que nos é ensinada nos testamentos bíblicos. Vejamos.

Agora, nesta etapa de nossas vidas eternas, nessa passagem estagiária por este vale de lágrimas, estamos a viver sob o firmamento, criado por Deus como vemos no livro do Gênesis, que é denominado como o primeiro céu. Trata-se do céu que fisicamente podemos contemplar, podemos visualizar. Ele se estende até onde nossa visão alcança. Lembrando que nossa visão alcança a realidade celeste que denominamos de universo. Podemos ver a maravilha do seu azul num dia ensolarado e a sua sobriedade durante uma noite estrelada, o que nos dá uma pequeníssima ideia do universo. Este é o céu que abarca o ar que precisamos para inflar os pulmões e numa realidade além, está compreendido dentro do universo.

Deixando a esfera material e física, além de vivermos sob o aporte deste céu, também nos relacionamos com o seguinte campo de ação que é denominado de segundo céu. É o plano espiritual, invisível aos nossos sentidos básicos. É onde estão os anjos que atuam conosco (anjos da guarda) e os demônios que operam nas tentações. Grandes santos e santas de Deus receberam a graça de enxergarem este plano. Todas as aparições acontecem nesse plano. Vale ressaltar que alguns estudiosos e teólogos incluem no segundo céu a realidade do universo. Segundo eles, tirando a realidade da existência espiritual, tudo que existe e não vemos está no segundo céu, ficando para o terceiro céu a realidade espiritual. Teoria que pode ser vencida facilmente porque não podem os anjos da guarda, por exemplo, nesta teoria, nos ajudarem aqui neste plano se eles estiverem no paraíso, eles precisam estar perto de nós, mas num plano que não os vemos. Isso só é possível com a realidade do segundo céu, o plano espiritual de atuação invisível ao olho nu pois, na forma do segundo céu ser tudo que abriga o universo, o paraíso se torna tangente ao nosso plano e dessa forma, seguindo o mesmo exemplo, um anjo de guarda está ao nosso lado e ao mesmo tempo está no paraíso. Isso não funciona assim. Fiquemos então com o estudo que aponta como primeiro céu, o que vemos, mas também aqui está o universo pois quando olhamos para cima não vemos o fim do céu, o que vemos é a magnitude do céu refletida na concepção do universo. Continuemos.

Por fim, nossa caminhada que passa por esta realidade do primeiro e segundo céus, tem como fim último alcançar o paraíso, morada de Deus; o terceiro céu (O Reino dos Céus). Concedido para aqueles que pelas obras receberão a coroa da glória eterna. Ao terceiro céu seremos admitidos se nosso esforço for, no mínimo, o máximo. Nosso destino, que já sabemos ser eterno, só depende de fazermos nossa parte para que possamos viver neste céu ou fora dele.

Na oração do Pai Nosso, a oração original que está muito bem traduzida ao latim encontramos essa realidade dos céus. Na primeira parte rezamos: “Pai Nosso que estais nos CÉUS... referindo-se a morada de Deus, o paraíso. Na segunda parte rezamos: “seja feita a vossa vontade, assim na terra como no CÉU. Ou seja, na primeira parte, damos glória a Deus que está no céu dos céus, no paraíso, morada eterna do Onipotente. Na segunda parte contemplamos sua atitude de promover que as coisas aconteçam conforme sua vontade, tanto aqui no mundo (debaixo do primeiro céu, o céu que vemos) quanto no segundo céu (o plano espiritual). Em algumas aparições Nossa Senhora diz: “desço dos CÉUS novamente para lhes dizer...”, referindo-se claramente ao paraíso. E assim, esta compreensão catequética sobre as verdades celestes nos permitem conhecer um pouquinho mais sobre a realidade do que nos cerca, tanto física como espiritual e nossa relação com ela, inclusive através da oração do Pai Nosso.


fonte: Jefferson Roger
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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

No sofrimento a oração tem mais valor

Não é de hoje, caro leitor, que todos nós sabemos que é mais fácil acreditar num Deus que nos concede aquilo que queremos ao invés de acreditar num Deus que nos concede aquilo que precisamos. Quando queremos alguma coisa e recebemos, ficamos muito satisfeitos e na expressão da igreja, ficamos consolados. Porém, se Deus, aquele que comanda tudo e todos, amorosamente nos mostra que as coisas não são como queremos e sim como ele quer, então rapidamente o Deus que não nos atende é transformado por nós em desmancha prazer e inimigo da nossa felicidade.

Como somos pessoas de mentes curtas e não queremos ser, ficamos nos debatendo em meio aos nossos conceitos porque eles nunca são suficientes para responderem nossos questionamentos. Ninguém vai tirar uma dúvida de português num livro de matemática. Não há como agir assim e nem o fazemos porque sabemos que o que queremos está em outra fonte. Assim é em nossa vida. A outra fonte dos porquês é Deus e não adianta ficarmos dando ouvidos ao mundo, ao diabo ou a quem quer que seja pois tudo que precisamos saber e conhecer vem do céu. É evidente também, precisamos deixar claro, que como membros do corpo de Cristo e sob a ação do Espírito Santo, recebemos nossos dons, atribuídos por ele como lhe aprouve para o bem comum e, portanto, fica claro aceitarmos que pessoas do mesmo corpo de Cristo, atuam como instrumentos de Deus em nossas vidas.

Desta forma, colocadas as coisas, sempre irá acontecer a tentação de se comparar o aqui e o acolá. Um vendedor mostra seu produto, nos permite testa-lo, compara-lo com outro e tudo mais, na intenção de que possamos comprovar o que ele está a dizer. O mesmo acontece numa concessionária de veículos. Podemos fazer um test-drive. Nas lojas de cosméticos existem as amostras dos produtos e perfumes para ajudar em nossas escolhas. Nas lojas de vestuário podemos provar as roupas que escolhermos antes de compra-las. Aí reside o problema das pessoas. Deus não se comporta como um vendedor de produtos, de carros ou de cosméticos e perfumaria. Como ele não precisa provar nada, embora muito tenha provado no decorrer da história da humanidade, haja vista saber que sua “oferta” é a melhor oferta possível de existir, Deus não tenta convencer ninguém, nem obrigar porque ele sabe que quando acreditarmos primeiro, iremos “comprar” a ideia do Reino dos Céus. E é nesse contexto que se mete o diabo. Ele tenta nos convencer que as demoras de Deus e os sofrimentos são coisas ruins. E ele infelizmente convence a muitos. Se a coisa vai bem, rezamos com alegria porque o bondoso Deus nos atende na medida do nosso tempo. Se a coisa vai mal, miseravelmente deixamos a oração de lado porque o bondoso Deus de bom não tinha nada e quer que acreditemos nele, vivamos segundo sua proposta, nos humilhemos perante ele e busquemos primeiro as coisas que não passam em detrimento das que passam.

É nessa hora que somos provados na paciência e perseverança e é quando as coisas não andam como queremos que nossa oração tem mais valor. Ela nos faz crescer na fé e a torna inabalável. Se Jesus disse para vigiarmos e orarmos sem cessar, que obedeçamos. A salvação da alma passa pela balança de alguns anos de vida por aqui em prol da eternidade na glória dos céus.


fonte: Jefferson Roger
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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Fazer de tudo para não fazer nada

Caros leitores, se existe uma coisa em que o mundo ensina com maestria, e falo aqui no contexto espiritual em que nossa batalha pela salvação das almas é constante, são formas de “enrolarmos” nossa consciência, razão e coração para não fazermos o que precisamos e sim o que queremos precisar. É muito fácil olharmos para nossas vidas, quando elas estão sendo vividas com desleixo espiritual que é de dar vergonha e tristeza a qualquer santo de Deus, para percebermos como somos mestres na arte de arrumarmos tempo para tudo e não arrumarmos tempo para tudo. Explico.

Quando se trata dos prazeres terrenos, acha-se tempo para tudo, quando se trata dos prazeres eternos, falta-se tempo para tudo. O diabo, muito astuto como sempre, sabe que o ser humano faz muito uso dos sentidos e por isso ele compreende que uma pessoa, se não estiver mergulhada no mistério pascal, vai se comportar um pouco como São Tomé. Como ele não pode experimentar, ou pensa que não pode, as alegrias celestes no aqui e agora, investe naquilo que pode sentir no já. Fazem de tudo, relacionado aos prazeres terrenos, para não fazerem nada, relacionado as felicidades do paraíso.

Ficam insistindo, quando muito, em adotar uma política de salário mínimo quando o assunto é sua religião e a salvação de sua alma. E pior; como crismados e soldados de Cristo, negligenciam com veemência o serviço junto a igreja de Jesus na salvação das outras almas. Pobres embotados de mente e coração, desvalorizam com unhas e dentes, no mínimo, as dozes horas finais da paixão de Jesus Cristo. Pensam que suas almas foram compradas a preço de banana e se colocam na condição de ovelhas que teimosamente querem chafurdar na lama.

Abrem seus corações para a tentação do “não precisa” e para a tentação do “amanhã”.

Recitar diariamente o Santo Rosário não precisa, ir na Santa Missa de preceito não precisa, se confessar com frequência para comungar frutuosamente não precisa, ler as sagradas escrituras com grande frequência não precisa, adoração ao Santíssimo, jejuns e outras formas de penitências e práticas de obras espirituais não precisa, pra quê? – Diz o diabo! Deixe de exagero, Jesus já te salvou e já te perdoou, segue sua vida que é curta e aproveite, deixe tudo isso para amanhã.

E assim, como diz Santo Agostinho, “eu tenho medo do Deus que passa”, porque o Deus vivo nos visita no hoje, no agora. O trabalho pela salvação da nossa alma é feito hoje pois amanhã cabe a Deus se nos concederá ou não. Enquanto as pessoas ficam se esforçando, fazendo de tudo para não fazerem nada, seja na vida material e sobretudo, na vida espiritual, vão entristecendo a Deus e alegrando o diabo, que ansiosamente os aguarda no final da rampa dos ímpios. Sempre vale lembrar do ditado popular, leite derramado não adianta ser chorado. Se a morte, acontecimento certo e libertador de nossa condição inicial neste vale de lágrimas, nos pegar de improviso, como acontece a muitos, o que fazer se escolhemos viver no plano do demônio? O plano “B”?


fonte: Jefferson Roger
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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

A espiritualidade do "Convém"

Todo mundo percebe que a catequese do mundo prega uma doutrina onde tudo se pode fazer, onde o comum é normal. Pouquíssimas coisas o mundo diz que é proibido e as que ele diz que são, é porque prejudicam os interesses do nosso inimigo cruel. Vamos dar uma passadinha rápida pelas sagradas escrituras para colhermos um pouco do que Deus tem a nos mostrar e ensinar a respeito do que convém ou não convém. Em Atos dos Apóstolos São Paulo diz que para aqueles que trabalham, convém acudir os fracos. Depois na carta a Tito ele diz que muitos ensinam o que não convém, levando famílias inteiras ao erro. Já na carta aos Colossenses, quando fala da relação entre marido e mulher, diz que convém no Senhor que as mulheres sejam submissas aos maridos. Vale lembrar que não se trata aqui da mulher ser escrava ou empregada do homem e sim, sua companheira que o auxilia, assim como vemos no livro do Gênesis.

Quando escreveu sua carta aos Efésios, ele diz que aos discípulos da verdade em Jesus não convém se comportarem como os libertinos, que se entregam a paixões impuras, e um pouco mais adiante diz que “quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém a santos. Na carta aos Gálatas ele escreve para a comunidade dizendo que gostaria de estar presente para poder falar a todos como convém. Para os Romanos, São Paulo fala do papel do Espírito Santo em nossas vidas, nos dizendo que ele intercede por nós com gemidos inefáveis pois nem sabemos como pedir e orar como convém.

Ainda aos Romanos, ele escreve que não devemos fazer uma opinião sobre nós, maior do que convém, e sim uma opinião razoavelmente modesta, conforme nosso grau de fé. Na primeira carta a Timóteo, ele fala sobre a vaidade feminina exortando as mulheres a deixarem a aparência exterior de lado em prol das boas obras, como convém a mulheres que professam a piedade. Ainda a Tito, agora na segunda carta ele fala a respeito do comportamento do cristão dizendo que não convém que deixemos de lado a paciência; diz que é preciso que sejamos capazes de ouvir a todos e ensinar.

Na primeira carta aos Coríntios 6,12, São Paulo acerta em cheio na exortação que vai em oposição direta ao que o mundo quer de cada um de nós. O mundo quer que aceitamos o vale-tudo, o oba oba, o faço o que eu quero, quando quero, como quero e quando me der vontade. Mas, não existe saída alguma se quisermos subir a ladeira. Diz assim São Paulo: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma.” E ainda na mesma carta ele nos ensina que é melhor ensinar o que convém, pois isso nos unirá ao Senhor sem partilha. E antes de terminar esta carta, São Paulo dá um golpe certeiro e mortal na soberba das pessoas dizendo em 8,6 que “Se alguém pensa que sabe alguma coisa, ainda não conhece nada como convém conhecer.” E em 15,34 dá outro puxão de orelha dizendo: “despertai, como convém, e não pequeis! Porque alguns vivem na total ignorância de Deus.” Na segunda carta aos Coríntios ele diz que convém lembrar que quem semeia pouco, colhe pouco e quem semeia muito, colhe muito. E termina a carta nos recordando quase em seu final, que não convém que nos gloriemos.

Como vemos caros leitores, foi só uma passadinha pelas escrituras, muito mais há para se aprender nos dois testamentos bíblicos, mas o que vemos aqui essencialmente nos orienta a fazermos boas escolhas. As vezes as pessoas acham que as escolhas propostas por Deus não lhes convém porque exigem uma renúncia do eu lá nas profundezas do querer e isso sempre irá implicar abrir mão de alguma coisa. O desapego é um termômetro porque quanto mais ele é doloroso em se tratando das coisas que passam e daquilo que temos como nossa verdade, mais ele nos mostra quão afastado estamos de Deus.


fonte: Jefferson Roger
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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Não desanimeis na evangelização

Quando Jesus disse ide e pregai o evangelho a toda a criatura não estava para brincadeira nenhuma, como sabemos, é bom sempre lembrar, ele nunca está para brincadeira assim como o diabo nunca está de folga e nos deixando em paz. Tanto é, que ele se esforça e muito para fazer com que achemos que não podemos fazer a diferença na vida das pessoas. Satanás faz muitos cristãos acharem, que por serem uma gotinha no oceano, não conseguem o alcance que desejariam ou que Jesus espera que conseguissem, quando o assunto é a evangelização das pessoas. Vamos ser sinceros, o diabo trabalha bem, basta olhar ao nosso redor e acompanhar o que se passa no mundo para compreendermos o que estou a falar.

O cabo de guerra entre o bem e o mal até chega a parecer injusto. Parece que o mal tem a liderança e aparenta estar vencendo e ganhando mais terreno a cada dia. Só aparenta, a fé nos garante o oposto. O diabo só faz barulho e embora faça muito estrago no mundo e na igreja de Cristo, embora “vença” algumas batalhas pontuais, a guerra está perdida para ele e sabendo disso, se esforça, como vemos, para levar com ele quantos puder. Jesus nos garantiu que aquele que perseverar até o fim será salvo (Mateus 10,22). Vejamos agora outra palavra de incentivo do próprio Cristo a todos nós, que nos fazem recordar alguns trechos do seu evangelho, quando ele nas bem-aventuranças e no sermão da montanha nos ensinava sobre a dureza de nossa caminhada. Palavras de Jesus dirigida para a apóstola leiga irlandesa Anne:

“A Minha alma sofre por causa da solidão desta geração. Há muitos que não são amados. Muitos nem conhecem o amor seguro de uma família santa. Muitos desconhecem o grande amor de Deus por eles. Isto tem de mudar. Querida alma do reino, tu foste escolhida para Me assistir nesta missão de amor. Tens de levar as minhas palavras a outros. Conheces alguém que esteja triste e em luta? Vês dor ou amargura nos teus amigos? Leva-lhes as Minhas palavras, e Eu prometo-te que vou assistir as suas almas. Eu vou cercá-los com o amor e a ternura do Céu. Todos os erros que eles cometeram serão perdoados. Eu não procuro condenar ninguém. Eu vim ao mundo para salvar almas, para as resgatar. Eu estou a voltar ao mundo para o reclamar para as almas. Tu és o Meu apóstolo abençoado. Tu tens de Me apoiar. Tu sabes que Eu te amo. Eu vou curar-te e colocar-te no caminho que está marcado para ti. E depois terás de Me levar aos outros. Tu tens de confortar outros com o conforto que te foi dado. Farás isto por Mim? Eu farei todo o trabalho. Tens de deixar que o Meu Espírito viva na tua alma e, através deste Espírito de Verdade, outros voltarão para Mim. Eu sou todo poderoso. Eu sou capaz de curar o pecador mais endurecido. Poderás pensar que não o conseguirás fazer porque a dor dos outros é demasiado grande. Garanto-te, pequena alma, mesmo a maior dor e a maior amargura nada são para Eu curar. Eu purifiquei os maiores e mais endurecidos pecadores. E eles tornaram-se alguns dos Meus servos mais leais.”


fonte: Jefferson Roger e santidade.net
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Exortação sobre a dependência

Olá caros leitores, como todo bom católico sabe e o fato é comprovado pela santa igreja católica, no decorrer da história da humanidade o acontecimento denominado aparições é uma realidade que nos acompanha em todo o tempo. Sempre aconteceram e acontecem até os dias de hoje. Sobre isso, no catecismo da igreja católica nos números 65, 66 e 67 o assunto é bem esclarecido. O que importa, porém é, como diz o apóstolo São Paulo na primeira carta aos Tessalonicenses 5,21, devemos examinar tudo e ficar com o que é bom.

Por que das aparições do próprio Jesus, dos Santos e de Maria Santíssima? Nossa Senhora já respondeu em várias ocasiões que elas acontecem para que as pessoas se recordem do papel que devem assumir no mundo, para com Deus e o próximo e para retornarem ao caminho deixado por seu filho Jesus. Todas as aparições que são autênticas e aprovadas pela igreja não trazem novidade nenhuma, pois tudo que precisamos para nossa salvação está encerrado na revelação bíblica. Isto também está atestado no catecismo.

Todavia, enquanto elas acontecem, um cheque em branco não é emitido pela autoridade eclesial porque somente quando se encerra é que é feita a avaliação quanto a sua autenticidade. No entanto, enquanto ocorrem, seus frutos presentes, acompanhados pela igreja de Cristo vão demonstrando a veracidade. O exemplo mais conhecido atualmente é o de Medjugorje, na Bosnia, que a mais de trinta anos estão acontecendo e promovendo inúmeras conversões e vocações. Abaixo deixo um relato de outra vidente chamada Anne, esta na Irlanda, que também está sob os olhares da igreja, tem recebido as mensagens celestes e elas são publicadas sob a autorização do bispo local Leo O’Reilly:

Santo André - “Meus amigos na terra, muitas vezes estais dispostos a admitir que a vossa vida não vai tão bem como gostaríeis, ou tão bem como esperaríeis. Este estado de espírito serve para vos dar a graça de entender o porquê desta situação. Sejam quais forem os vossos problemas ou cruzes, os vícios tornam-nos piores. O que acontece é isto. Foram-te entregues umas determinadas cruzes para carregar. É assim que tudo está preparado. Só no Céu estarás liberto de todo o sofrimento. É através destas lutas que ganhas a tua salvação. Por isso mesmo, o teu sofrimento tem uma configuração e um propósito celestes. Mas uma alma que está agarrada por um vício acrescentou tanto peso à sua cruz que muitas vezes não a consegue carregar. Nessa altura as almas culpam a cruz dizendo que Jesus a tornou muito difícil. Isto é falso. A própria alma, através do seu “sim” constante a este vício, acrescentou um peso inimaginável à sua vida e à sua cruz. A alma usa o peso que foi acrescentado para justificar o seu vício. “Eu uso este vício porque tenho de carregar uma cruz anormalmente penosa.” Esta maneira de pensar está distorcida. Querido apóstolo, isto não te ajuda. Não te está a ajudar neste momento. Quando te libertares do vício, poderemos ajudar-te a deslocar o fardo de qualquer cruz que estejas a carregar, para que ela se torne em algo que tu consigas gerir. Foi assim que Deus o destinou. Ele não oprime os Seus filhos com um peso que não pode ser gerido. Se estás a sofrer, nós vamos ajudar-te. Se estás em desespero, Jesus irá curar-te. Estas são promessas. Nós não falamos como algumas almas na terra. Quando falamos, nós queremos dizer aquilo que dizemos, e as nossas promessas são sólidas. Elas não mudam de um dia para o outro. Terás a nossa ajuda, mas tens de entregar o teu vício ao Céu. Entrega-o a Jesus, e Ele vai tomá-lo das tuas mãos, deixando-te com toda a ajuda do Céu e com uma vida que tu conseguirás gerir.”


fonte: Jefferson Roger e santidade.net
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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

O incômodo de se viver

Caros leitores, “sejais imitadores daqueles que pela fé e paciência se tornam herdeiros das promessas.” – assim está escrito na Carta aos Hebreus 6,12. Quem são aqueles? São os santos. Quais promessas? As promessas de Jesus que nos permitem alcançar a vida eterna. Quer mais? Tem mais! Nossa Senhora em suas aparições disse que “devemos aprender com a vida e o exemplo dos santos.” Pois é, a santidade, que é conquistada se fazendo violência (Mateus 11,12) contra nós mesmos e contra o mundo cobra cada centímetro de nossa subida rumo aos céus. Cada um, segundo sua capacidade irá receber a dose necessária que irá lhe santificar. Essa dose está simbolizada naquilo que Jesus chama de nossa cruz do dia a dia (Lucas 9,26).

Viver, que é um grande presente concedido por Deus a cada um de nós, atinge um alcance muito maior do que podemos conceber. Até temos compreensão suficiente para isso, mas, nos permitimos termos uma mente embotada pelas coisas que passam em detrimento das que não passam. Começamos a trilhar o caminho de volta para a pátria celeste no momento em que nascemos. Chega a ser até meio esquisito, vamos crescendo a cada dia mas vamos morrendo a cada dia. Vamos com o tempo aprendendo mais e mais e a cada mais que aprendemos menos tempo temos para aprender. As alegrias da vida nos enchem os olhos, nos preenchem os sentidos. As coisas boas da vida tomam nosso tempo. Porém, esse bolo chamado vida tem recheio e tem cobertura.

As coisas boas são os recheios e as coisas más são as coberturas. Ou vice-versa, nem importa, o que importa na analogia é termos consciência de que nossa realidade possui essas duas verdades. Partindo daqui e olhando espiritualmente para nossa concepção e criação feitas pelo criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, nos encontramos a partir disso num cenário de constante escolha. Se escolhermos viver uma vida repleta prioritariamente pelas coisas do mundo, morrer será um incômodo. Se escolhermos viver uma vida repleta prioritariamente pelas coisas do céu, viver será um incômodo. Santa Catarina de Gênova, tinha um lema em sua vida, testemunhos e pregações. Ela dizia: “chega de pecado, chega de mundo.” Uma das minhas padroeiras, Santa Gema Galgani dizia assim: “viver a cada dia está sendo um incômodo, já estou cansada desse mundo.”

Como vemos, quanto mais Deus estiver imerso em nossos corações, almas e mentes, mais de Deus iremos querer e menos do mundo iremos querer. Mais do mundo teremos que suportar. Perde a graça de se viver se Deus não fizer parte do nosso dia a dia. Que possamos sempre pedir a Deus essa graça, a graça de vivermos como Jesus falou sobre nós no evangelho quando rogava ao Pai. Estamos no mundo mas não somos do mundo e se isto é assim devemos buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça pois tudo mais nos será acrescentado.


fonte: Jefferson Roger
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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Diferença entre Religião e Seita

A palavra seita vem do latim secta e significa cortada, separada. Trata-se de um grupo religioso com uma concepção derivada dos ensinamentos de uma das principais religiões do mundo. Ou seja, uma seita é uma subdivisão de uma religião. Apesar deste sentido ser claro, trata-se de uma difícil tarefa identificarmos uma seita, visto que jamais os membros de um grupo religioso admitem ser considerados sectários (separatistas). Comumente eles se julgam os verdadeiros e únicos fiéis e continuadores de uma religião que propõem ser verdadeira. Podemos claramente observar que há seitas de todas as religiões. Mas não há seitas católicas. Quando surge uma seita entre os católicos, ela é logo expelida pela excomunhão. A unidade santa da Igreja Católica é incompatível com a existência de seitas em seu seio. A tendência para a formação de seitas é uma consequência da falta de coesão doutrinária e falta de unidade.

O protestantismo, por exemplo, é essencialmente sectarizante, pois o livre exame da Bíblia gera continuamente novas divisões (no Brasil vemos muito disso), impedindo a unidade, e muito mais a coesão doutrinária. Do contrário, a unidade da verdade católica obriga os grupos sectários a saírem e a constituírem religiões autônomas (a Igreja Ortodoxa é um exemplo disso). As seitas se multiplicam nas épocas de crise na Igreja e, principalmente, quando a força do papado diminui. Por fraqueza, por covardia ou por omissão, um papa pode contribuir para o crescimento dos erros e difusão das heresias, e logo, surgimento de seitas. Desta forma, no final da Idade Média, multiplicaram-se os grupos sectários. Isso ocorre porque a falta de orientação de alguns católicos repercute na insatisfação de suas necessidades e aspirações dentro da Igreja, gerando uma fé subjetiva.

É a este povo desorientado que a seita oferece respostas simplificadoras e fáceis. A convicção com que a seita impõe suas ideias (mesmo as mais absurdas), parece, aos olhos do inseguro na fé, um fator de defesa e de segurança doutrinária. Em terra de subjetivistas na fé, quem aparenta ter uma certeza objetiva aparece como dono da verdade. Assim, o aliciamento sectário ocorre mais por entusiasmo do que por razão. Consequentemente, levando ao fanatismo e não ao convencimento. Assim, podemos ver claramente a diferença entre seita e religião. Na religião, o entusiasmo, quando existe, é fruto da pregação doutrinária. A adesão à fé é um ato fundamentalmente racional. A propaganda sectária, do contrário, explora as paixões (o entusiasmo, o ressentimento, o ódio), para obter uma adesão de vontade. Sendo, então, utilizados processos que chamamos de “lavagem cerebral”. Podemos entender claramente que a adesão do sectário ao seu grupo religioso tem sempre caráter passional e não racional. A defesa que faz de sua crença é sempre apaixonada. Ele procura justificá-la com base no que a seita combate, e não no que ela ensina. Para clarear um pouco mais esta questão, vamos fazer uma análise concreta das religiões:
A Igreja Católica detém a intregalidade e a totalidade da revelação de Deus para o homem. A verdade, objetivamente falando, está conosco. Todas as demais religiões representam, em maior ou menor medida, um afastamento desta verdade objetiva. Podemos chegar a esse conhecimento apenas estudando a história da humanidade. Os ortodoxos estão muito próximo de nós. As igrejas ortodoxas são, verdadeiramente, Igrejas, seguindo a sucessão apostólica, válida em seus sacramentos (inclusive o da Eucaristia). Têm Missas, veneram Maria e os santos, adoram a um só Deus e suas Bíblias incluem os livros deuterocanônicos. Porém, o fato de negar a jurisdição universal do Bispo de Roma torna a fé ortodoxa defectiva. Os protestantes representam um afastamento um pouco maior do que os ortodoxos. Suas comunidades não guardam a sucessão apostólica e não contam com os sacramentos válidos, não sendo Igrejas verdadeiras. A Bíblia por eles usada, ou por eles criada, é privada de livros divinamente inspirados. Não celebram a Missa e não veneram aos santos. Preservaram pouquíssimos costumes dos primeiros cristãos. Prosseguindo ao afastamento da verdade, após os protestantes, temos os judeus, que crêem em um deus único e guardam parte dos livros sagrados, mas negam o Messias e rejeitam todo Novo Testamento. Depois do judaísmo, mais afastado ainda é o islamismo, que tem apenas de semelhante, ser monoteísta, acreditar nos anjos, demônios e salvação eterna. A seguir, o hinduísmo, que apenas é teísta, embora acredite em vários deuses. A seguir, o budismo, que não acredita em Deus e guarda a necessidade de uma vida regrada para a obtenção de um prêmio eterno (o fim do ciclo de renascimento). Depois, existem os animistas, que, pelo menos acreditam em alguma coisa (espíritos, magias…), estando menos afastados que o ateu. Enfim, podemos imaginar ao redor do catolicismo uma série de círculos cada vez mais afastados da verdade objetiva.

2ª Pedro 2,1-2 - “Assim como entre o povo (de Israel) houve falsos profetas, do mesmo modo haverá também entre vós doutores, que introduzirão disfarçadamente seitas perniciosas. Eles, renegando assim o Senhor que os resgatou, atrairão sobre si uma ruína repentina. Muitos os seguirão nas suas desordens e serão deste modo a causa de o caminho da verdade ser caluniado.“


fonte: adaptado do site catecumenato
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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Por que namorar?

Jesus mostrou em seus ensinamentos que dá mais valor para aqueles que servem ao Senhor através da vida celibatária, basta para essa comprovação ler a passagem que ele fala dos eunucos. Porém, para aqueles que não querem fazer o melhor, que se casem para que não se abrasem, diz a sagrada escritura. Sendo assim, se também podemos, como confirma o Catecismo da Igreja Católica, servir a Deus ou pela castidade, ou pela virgindade, então que o façamos como manda o figurino. Servir a Deus, pela opção B (a castidade), significa viver as promessas batismais dentro do sacramento do santo matrimônio. Ser casto é ser fiel a uma pessoa. É preciso compreender então como são as coisas para bem podermos exerce-las. Para se casar é preciso se namorar, noivar e depois contrair núpcias. Outra forma não há, que seja aceita por Deus e como foi ele quem estabeleceu as diretrizes, qualquer reclamação depois cada um pode fazer pessoalmente quando estiver diante do justo juiz.

Por que então namorar? No que consiste? Se começa a namorar quando se vê uma afinidade especial com a pessoa, também solteira, do sexo oposto. Neste ponto a amizade se torna maior, mais profunda e os envolvidos vislumbram a possibilidade futura de uma vida a dois, segundo os desígnios divinos. Os amigos não se beijam na boca, de forma nenhuma. Não existe essa idiotice de ficar dando selinhos e ficar mantendo amizades coloridas, brincando de casinha e fazendo test-drive nos motéis para ver como seria a vida de casado. Não é assim. O candidato a marido e a esposa, agora namorados, formalmente se apresentam para a outra família e respeitosamente, mas, sinceramente, esclarecem com suas atitudes, condutas e no falar, o que pretendem nessa relação. Namorar serve para se conhecer melhor o outro. As trocas de carícias diferem muito pouco daqueles que são amigos. Isso é um grande problema nos tempos em que vivemos porque os namorados acham que podem ter relações sexuais de qualquer natureza e viverem juntos como se fossem casados. Tudo errado, e muito errado. A esta atitude chama-se pecado da fornicação, gravíssimo e que fere o mandato de Deus. Não existe nenhuma exceção para se namorar rompendo barreiras. Andar abraçado, de mãos dadas, trocar confidências, compartilhar a vida em família, ter momentos a dois para se beijar e nada mais, são o que permeiam o namoro santo aos olhos de Deus. Nem se deve tocar com segundas intenções no corpo do namorado ou da namorada. É preciso pés no chão e consciência clara quanto aos cuidados da santidade dos corpos. Do contrário os impulsos carnais, não vencidos só irão piorar as coisas no futuro. Continuemos.

Agindo assim, adiante sobrevem o noivado e o casamento. Não só no cartório, isso é coisa de covarde aos olhos de Deus. Nada de se amigar ou se amasiar. Brincar de casinha se brinca na infância. Quando se cresce tudo deve amadurecer e as coisas da meninice devem ficar lá no passado. O esposo deve ter duas esposas: a mulher e a igreja. A mulher deve ter dois esposos: Jesus e seu marido.

O esposo deve ser para sua mulher o que Jesus é para ela: meio de salvação. A esposa deve ser para o marido o que a igreja é para ele: meio de salvação. O esposo para se salvar precisa ajudar a esposa a se salvar. A esposa para se salvar precisa ajudar o esposo a se salvar. Da mulher, o marido deve se aproximar como se aproximaria do sacrário na capela do santíssimo. Do marido, a mulher deve se aproximar como se aproximaria de Jesus aos pés da cruz no altar. A seriedade e a sacralidade do matrimônio devem existir para completar os dois que agora são uma só carne (Gênesis 2,24). Se o namoro depois de ter sido santo, não terminar e não evoluir para um estado de matrimônio, passando pelas bênçãos de Deus, ele somente será uma amizade colorida e um perpétuo estado de fornicação.


fonte: Jefferson Roger
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As famílias do inferno

Aos cristãos de todo o mundo, que se esforçam para viverem o caminho da porta estreita, no segmento do rigoroso evangelho de nosso senhor Jesus Cristo, é sempre um grande pesar testemunhar pelo mundo afora que tudo aquilo que foi pensado, desejado e criado por Deus é gravemente jogado na lama, que nada mais é que a lama do pecado. O pecador sempre quando peca se comporta como se proclamasse que Deus está errado e que o mundo é que está certo. Família é mulher, marido e filhos, mais nada. Qualquer combinação diferente desta, como diz nas sagradas escrituras: vem do maligno.

Pois muito bem, mesmo em nosso pequeno mundinho que acaba por ser globalizado por conta da modernidade, tecnologia e meio de comunicação em toda a espécie de mídia, terminamos por ter ciência do estrago que os inimigos da alma promovem por toda a parte. Já escrevi em outros artigos por aqui e o que escrevi tantos outros cristãos e a própria igreja já trataram do assunto a respeito, além é claro, da santa palavra de Deus, de que as coisas como são colocadas hoje em dia estão completamente erradas. Esse negócio de que para toda regra existe a exceção não vale para se argumentar contra Deus.

Em linhas bastante resumidas está ensinado para fazer o que ele quer e não o que queremos. Está determinado que ou se está com ele ou contra ele. Quem o ama, como diz na bíblia, observa sua lei e seus mandamentos, do contrário, se encaixa por vontade própria no hall daqueles que Jesus disse que estão contra ele. É simples assim e muito triste ao mesmo tempo, ver gerações ensinarem o que é errado aos olhos de Deus para as novas gerações. Na carta aos Romanos está escrito que aqueles que ensinam e praticam o erro serão condenados. Pobres de todos esses que agora posam nos holofotes seculares da fama, empunhando um estandarte de falsos e maquiados valores. Na foto vemos mais um entre tantos exemplos pelo mundo afora; se trata dos atores de cinema homossexuais Neil Patrick e David Burtka, pais adotivos dos gêmeos inseminados. Numa situação que não caminha pelo caminho que Jesus deixou, pessoas assim vivem embotadas por aquilo que acham ser certo desprezando a verdade maior que irá premiar ou condenar no dia do juízo (Apocalipse 22,12).


fonte: Jefferson Roger
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Deus quer que soframos

Muitas pessoas que passam levianamente pela experiência de se conhecer a Deus, erroneamente caem na desgraça de conhecer apenas uma caricatura dele. Acabam por conhecer um Deus que é pintado para as pessoas de diversas maneiras, conforme seus desejos e seus anseios. Porém, quando a cortina das fantasias e ilusões vem abaixo, ou a pessoa fica maravilhada com a experiência de Deus em sua vida, ou fica desiludida e frustrada. A questão que buscamos refletir neste artigo é a do sofrimento.

Como qualquer pessoa pode muito bem atestar, não existe idade para o sofrimento. Não existe alguém que esteja isento de sofrer. Sabemos por experiência própria que cedo ou tarde, acabamos por sofrer em algum aspecto de nossas vidas. E não vamos ser fingidos em dizer que a questão nunca nos fez achar que parece que Deus é injusto e parece que Deus gosta que soframos. Basta entrarmos num hospital infantil para vermos inúmeros pais com seus pequenos bebês e suas crianças com pouca idade a sofrerem enfermidades de várias naturezas. Um sentimento de impotência e de revolta contra Deus arrisca aparecer. Como entender que aquela criança que mal começou a viver neste mundo tenha que passar pelos sofrimentos de doenças tão graves? E se morrem então, muito cedo o que dizer? O que pensar? O sentimento de injustiça bate a nossa porta e muitos pais irão dizer que prefeririam morrer ao ver seus filhos morrerem.

Então, como vemos, sabemos e sentimos na pele que sofremos. Todos sofremos de alguma forma em nossas vidas. Podemos declarar sem medo algum que, se isso acontece com todos e tudo acontece, conforme nos ensinam as sagradas escrituras, por vontade e permissão de Deus, de duas uma, ou Deus quer que soframos porque é necessário que aconteça ou não quer e permite que soframos porque é necessário. Eis aí, a chave de leitura. A necessidade:

Tobias 12,12-13 – “Quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos, quando deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o dia, para sepultá-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas orações ao Senhor. Mas porque eras agradável ao Senhor, foi preciso que a tentação te provasse.”

Como vemos, é necessário. Deus prova seus eleitos por consentimento e por vontade sua porque seus planos são para a eternidade e não para o aqui e agora. Aproximar-se das sagradas escrituras nos faz aprender que “todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios (Romanos 8,28).” Todas as coisas incluem os sofrimentos porque Deus sabe que a eternidade da glória eterna é infinitamente melhor do que a passageira vida ainda que repleta de sofrimentos. Não podemos atestar isso, por isso ele nos concedeu o dom da fé. Não nos cabe compreender tudo (Deuteronômio 29,29) e nem possuímos, como lemos em Deuteronômio essa graça. Precisamos então, agirmos como Jó, como Tobit e como tantos outros que não buscaram saber “o como”, buscaram saber “o porquê”.


fonte: Jefferson Roger
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O medo da responsabilidade

Jesus, o nosso modelo de santidade e de atitude nos deu um grande exemplo de como devemos agir quando o assunto se trata da responsabilidade que temos que assumir. Quando encarnado no seio da Virgem Maria, para cumprir tudo que cumpriu, lembremos de que ele, por causa de sua natureza divina, sabia tudo o que o aguardava. Tanto é que, quando entrou pela reta final, as dozes horas finais que antecediam a sua morte na cruz, por ter plena ciência de tudo que estava por vir, suou sangue, tal era o fortíssimo sentimento que lhe encobriu todo o seu ser. Gosto sempre de dizer que felizes somos nós que não sabemos pelo que iremos passar no minuto seguinte, nossa fraqueza e miséria humanas não nos permitiriam suportar o destino antecipadamente conhecido. Ou permitiriam? Não sabemos, pois, as coisas são como são e temos que seguir conforme o andar da carruagem.

Seja como for, voltemos ao exemplo de Jesus. Quando capturado e levado até a presença das autoridades lhes perguntaram o que pregava pelos locais que tinha passado. E Jesus, numa das muitas e maravilhosas respostas disse que “porque perguntavam a ele? Ele havia falado abertamente nos locais públicos a quem quisesse ouvir”. Parece não ser uma resposta das grandes, mas é recheada de mensagens a todos nós. Se pararmos um pouquinho para analisarmos iremos ver que o cenário não era nada favorável para Jesus. Ele estava preso, manietado, os insultos e os escárnios já haviam começado desde o Jardim do Éden, ele sabia o desenrolar dos acontecimentos, mas, não fugiu por medo da situação pois sua responsabilidade perante o Pai Eterno, perante a todos os pecadores e perante a situação, exigia dele um comprometimento e doação à causa que é requerido por qualquer um que se depare numa situação que precisa ser encarada. Belo exemplo e que exemplo a ser seguido (1ª Coríntios 11,1).

Pois bem, infelizmente não é o que acontece com grande parte das pessoas. Vamos aos poucos para compreender a reflexão. As pessoas quando são solteiras procuram manter um círculo de amizades que tenham a ver com afinidades. Facilmente se exclui alguém ou se alto excluímos de um grupo que não coincida com o que esperamos. Depois, na experiência de preparação para a vida matrimonial, namoramos uma pessoa aqui, outra ali e à medida que as brigas vão acontecendo é muito fácil resolve-las, vai cada uma para sua casa e pronto. Se a coisa persistir troca de namorado. Adiante, quando noivos, já num grau maior de responsabilidade e compromisso, alguns problemas já são resolvidos a dois, mas ainda existe a fácil solução de ir cada um para sua casa. Mais tarde, depois que os três ou quatro degraus foram transpostos (conhecido, amizade, namoro e noivado) e se galga o degrau maior, do matrimônio, o nível de responsabilidade atinge um patamar muito sério. Se a preparação não foi bem feita durante as etapas anteriores, os problemas e todas as circunstâncias da vida continuarão a serem tratadas da mesma maneira. Quando namorados não resolviam seus problemas e cada um ia para seu canto. Quando noivos não resolviam seus problemas e cada um ia para seu canto. Quando casados se não resolverem seus problemas e cada um ir para seu canto isso se chama “separação”, “divórcio”, que nada mais é do que tampar o sol com a peneira. É a mesma atitude tomada pela pessoa porque ela insiste em não resolver os problemas, não cresce, não amadurece e dá a devida importância ao seu estado de vida. Separam-se o quanto for preciso como quem aposta semanalmente no jogo do bicho, esperando achar alguém que corresponda ao que ela quer, deseja e procura. Mas, como ela não muda, os problemas não mudam e se não são tratados como devem até as pessoas ao seu redor se tornam problemas e assim, na falta de maturidade e responsabilidade passam uma vida inteira varrendo para debaixo do tapete todos e tudo aquilo que não conseguem resolver porque não querem tomar a postura que devem tomar. Uma postura como a de Jesus.


fonte: Jefferson Roger
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terça-feira, 8 de agosto de 2017

Além do que você é

Somos predestinados a morrermos uma única vez e somos predestinados à santidade, assim aprendemos nas sagradas escrituras. Em nossas vidas, divinamente concebidas, nos cabe, portanto, um esforço que deve ser feito apenas nesse sentido. Como é sabido por qualquer um, nossa existência caminha muito longe de uma vida que pode ser vivida como se ela fosse um constante parque de diversões. Na vida de cada um existe todo tipo de acontecimento. Por conta disso, já que as coisas são configuradas a esta maneira e, unido a isto, existe outro ingrediente principal, que é o fato de não sabermos quanto tempo temos de vida, nosso esforço deve ser voltado e focado apenas numa direção.

Se somos um composto de corpo e alma, destinados a morrermos uma única vez, capazes por providência divina a alcançarmos a estatura de Cristo para podermos entrar no céu, e ignorantes quanto a quantidade de tempo que nos resta nessa etapa de nossas vidas, o que é que muitos de nós ficam fazendo perdendo seus tempos fazendo coisas para as quais não foram concebidos e agindo na contramão da própria natureza e fim último?

Atos contrários à vontade divina caracterizam uma enorme rebeldia. É manter-se na infantilidade da criança birrenta que quer porque quer as coisas do seu jeito e se não for como quer então ela abre o berreiro, se revolta e fim de papo. Quando agimos assim estamos tentando convencer a Deus que ele errou. Que as coisas não devem ser do jeito dele e sim do nosso. Pobres de nós quando tentamos “ser como deuses”. Já vimos lá no livro do Gênesis que isso não funciona.

Não devemos tentar ser aquilo que não somos, não devemos tentar caminhar por terrenos pelos quais não nos foi apontado o caminho. Nos aventurarmos em solo desconhecido, jamais nos retornará alguma recompensa espiritual. No caminho, verdade e vida, que é Jesus reside todo o conforto da alma. Nos caminhos diferentes ao seu, residem os outros confortos. São Tiago nos recorda em sua carta que quem quer ser amigo do mundo se faz inimigo de Deus (Tiago 4,4).

Nos caminhos avessos aos ensinamentos das sagradas escrituras encontramos a promessa das alegrias e prazeres aliados ao convite para deixar o compromisso e a maturidade que são necessários para subir os degraus sob o peso de nossas cruzes. O inimigo faz bem o seu trabalho, ocultando das mentes e corações o fato de que também existem alegrias e felicidades na caminhada rumo ao céu. A diferença é que neste caminho, “paga-se” muito mas recebe-se infinitamente mais no dia da recompensa. Recebe-se a coroa da glória eterna. Nos outros caminhos, paga-se muito pouco ou quase nada mas recebe-se no aqui e agora o que se deseja em termos de mundo, porém, no dia da recompensa, recebe-se a condenação eterna. Não vamos, portanto, complicar aquilo que é simples. Nossa vida por sua própria natureza é uma oportunidade para chegarmos ao paraíso. Sofremos? É difícil? Pesaroso? Cheia de tristezas? Dificuldades? Com certeza é, sabemos que é, mas não sejamos hipócritas em achar que só existe “o lado negro”. Também existe o belo e, portanto, devemos nos manter sendo aquilo que somos, não procurando um além que seja diferente daquele para o qual fomos criados.


fonte: Jefferson Roger
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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Quem precisa de mim?

Se pararmos um pouco para pensar e refletir sobre as necessidades humanas iremos, mais cedo ou mais tarde, nos depararmos com a realidade de que sempre estamos a precisar de alguma coisa ou de alguém. Do momento em que chegamos a este mundo, durante nossa permanência nele, até o momento de nossa partida para o que nossas obras nos propiciaram para depois da morte, sempre, mas sempre mesmo estamos a “precisar”. Precisamos que nos ajudem a nascer, precisamos que cuidem de nós enquanto bebês, precisamos que nos eduquem, precisamos mais adiante trabalhar, precisamos nos alimentar, precisamos dormir, precisamos isso, precisamos aquilo e aquele outro. Tenho certeza de que não existe pessoa no mundo que possa dizer que não precise de nada, simplesmente isso é impossível. O fantástico corpo humano, divinamente projetado e criado, foi concebido para precisar.

Porém, e lá vamos nós, não somos apenas o que enxergamos, o ser humano é um composto de corpo e alma. Existimos no ser enquanto razão e sentimento e também como espíritos. Eis aí um grande detalhe que embora seja comum a todos, muitos deixam de lado. Existe uma tendência a sermos egoístas por causa do extinto nativo de sobrevivência. Até aqui, nada de errado, pois não fazemos mal em querermos o nosso bem. O problema, no entanto, como sempre nos ensina Jesus, está na forma de conduzir isso tudo e nas prioridades que damos. É como se existisse dentro de cada uma balança. De um lado existe a bandeja do egoísmo, do outro lado existe a bandeja da humildade. Sabemos biblicamente falando, que a virtude da temperança nos traz o equilíbrio necessário para não nos abandonarmos ao egoísmo e tampouco negligenciarmos nossas necessidades.

Sabemos muito bem que precisamos das coisas e das pessoas mas, se deixarmos a balança pender para o lado do egoísmo, iremos facilmente esquecer que também os outros precisam das coisas e das pessoas. O egoísmo nos faz agirmos como um rei, que se beneficia do serviço de seus súditos. A humildade, ao contrário, nos faz enxergar nossa condição e perceber que também o próximo precisa e muitas vezes precisa mais do que nós. O egoísmo faz a pessoa dizer a respeito do outro “ele que se dane”. A humildade remete à compaixão porque aquele que é humilde, reconhece sua miséria e não quer o mal de ninguém. Se pode, o humilde compartilha, se não pode, faz da mesma maneira porque aprendeu que a regra de ouro (biblicamente ilustrada) diz que “dividir é multiplicar”.

E tudo vale para além da matéria, além do campo material e social. Se somos um composto de corpo e alma, a parte espiritual também precisa de alimento. E mais uma vez entra em cena a balança. Vejamos um exemplo. O egoísta se acorda indisposto no domingo pela manhã, não vai na missa. Sua cama está quentinha e confortável, não está um clima agradável e quente e por conta disso ele decide ficar debaixo das cobertas pois em seu conceito de primeiro “eu”, como já acha ter o que precisa, deixa a prática religiosa para outro dia. Agora, o não egoísta que acorda nas mesmas condições de quem só pensa em seu umbigo vai dizer:

Quem precisa de mim?

E vai encontrar facilmente a resposta. Muitas pessoas precisam dele, muitas pessoas precisam de nós. Muitos precisam de nossas orações. Em Fátima, Nossa Senhora disse aos três pastorinhos que muitos se condenavam ao inferno porque não existiam pessoas que rezavam e faziam penitência por eles. E ela ao perguntar se eles aceitariam receber os sofrimentos que Deus lhes enviaria para a conversão dos pecadores, todos responderam que sim. Crianças de dez, oito e sete anos. Deus colocou as coisas nesses termos. Ele quer que uns ajudem os outros. Jesus nos recorda que até para os inimigos devemos rezar. Ele também ensinou que três pessoas passaram para ajudar um caído, vítima de um ladrão, mas o conterrâneo e o sacerdote não ajudaram e sim, quem era de origem que provinha de disparidade social (Lucas 10,26-35). O recado dos céus está dado, muitos precisam de nós e nós precisamos de muitos.


fonte: Jefferson Roger
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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Acontece com todos

Na vida o corre corre ao qual nos submetemos acaba por delinear certos aspectos da vida que acabam, por não acontecerem com frequência, sendo deixados de lado. As pessoas dentro de suas casas muitas vezes transformam a convivência em família num verdadeiro cenário de guerra. Vivem em constante ritmo frenético e as grandes provações, tribulações e dificuldades da vida vão sendo deixadas ao acaso. As pessoas acabam por não colocarem a devida atenção e um olhar espiritual sobre tudo e vão deixando o relapso participar de suas vidas. Depois vão entender lá na frente que, como diz o ditado, não adianta chorar sobre o leite derramado.

Essa noite, que foi uma bela noite de sono, muito bem dormida, tive ao acordar para ir ao trabalho a lembrança de um sonho. Neste sonho minha esposa estava hospitalizada e eu estava com ela. Corria de um lado para o outro, preocupada com as filhas pois sabia que pouco tempo lhe restava e a morte se aproximava rapidamente, tratou de me passar “todas as diretrizes” a respeito delas. Depois de ter me falado tudo, no sonho eu sentia que sabia quando ela iria morrer e sabia que era em menos de uma hora. Como sempre acontece com a maioria de nós, sempre lembramos do final dos sonhos e acabamos por acordar. Acordei e ainda faltavam poucos minutos para levantar e se arrumar para ir ao trabalho.

No caminho de casa até o terminal de ônibus, existe, na paróquia em que moro, uma capela mortuária. Hoje ela estava aberta e alguém estava sendo velado. Bem propício, não acham caros leitores, para combinar com o sonho que tive. E detalhe, esta semana é o segundo velório que aconteceu nesta capela. Pois bem, já dentro do ônibus, no meio do trajeto eis que o trânsito ficou congestionado. Já se imaginava algum acidente e foi exatamente isso que aconteceu. Eu estava sentado atrás do motorista e de repente ele disse: o rapaz foi atropelado e estão tentando tirar ele debaixo do carro. Aqueles que puderam olhar, viram a cena do corpo caído no chão. A motorista que havia batido na vítima, chorava inconsolavelmente. O ônibus que eu estava passou devagar bem ao lado do acidente e foi possível ver tudo em detalhes. O que ficou para mim daquela cena foi o choro de quem atropelou; era um choro de muita dor, misturado com pesar, lamento e arrependimento, mas, já não se podia fazer muita coisa. Fiz minha oração pelos dois e seguimos em frente.

Chegando ao trabalho, soubemos que um funcionário da empresa havia morrido e alguns do setor que trabalho foram em seu velório. E a vida é assim, Deus cuidadosamente procura nos mostrar e nos recordar da nossa atual realidade. Hoje estamos aqui, hoje estão aqui quem gostamos. Não somos donos nem do próximo minuto de nossas vidas. Se cada um compreendesse a profundidade disso, iria viver uma vida mais plena vivendo cada momento como se fosse o último. É preciso sempre refletir isso. Se soubéssemos que uma pessoa que gostamos vai nos visitar em casa, irá morrer no dia seguinte, como iríamos trata-la? Se soubéssemos que a confissão que estamos fazendo será a última, como nos confessaríamos. Se soubéssemos que ao nos despedirmos de um ente familiar para irmos ao trabalho, essa despedida seria a última, como faríamos? Quantas pessoas relatam que depois de uma briga ou desentendimento com alguém, a pessoa acaba por morrer e quem está vivo ficou com negócios inacabados e isso lhe causa sentimentos difíceis de administrar?

Pois é, muitos acham que tem fé até Deus enviar e permitir nossos sofrimentos e sofrimentos das pessoas que vivem conosco. Quando alguém da família que não é o mais velho morre, como fica a fé em Jesus Cristo? Se um pai de família fica viúvo e a esposa deixou filhos, como fica a fé do pai em Jesus Cristo? É fácil falarmos que acreditamos em Deus e que temos fé nele nos momentos de consolação. Nos momentos contrários, quando a fina peneira das provações, tribulações e dificuldades passa pelo meio de nós, senão estivermos agarrados em Cristo, não ficaremos de pé, nossa casa desabará por ter sido feita sobre a areia. Peçamos a Deus as graças necessárias para podermos suportar nossa realidade uma vez que nossa condição humana é muito frágil e sozinhos não damos conta de tudo e como disse Jesus, não damos conta de nada (João 15,5).


fonte: Jefferson Roger
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terça-feira, 1 de agosto de 2017

Detesto passar vontade

Desde o início de nossa existência humana somos movidos por termômetros que sempre se encarregam de nos alertar sobre o que se passa dentro e fora de nós. Quando pequenos, ainda sem podermos falar aos nossos pais, tudo que nos acomete instintivamente nos colocamos a chorar. A mãe sabe que o choro da criança é sinal de aviso. Mais tarde, vamos descobrindo nossa autonomia em reconhecer e lidar com os mais variados alertas que nosso corpo emite. Se a hora de se alimentar está passando, sentimos fome. Se a hora de beber está passando, sentimos sede. Se a hora de dormir está passando, sentimos sono. Se existe alguma desordem interna em nosso corpo, sentimos um mal-estar. Se temos alguma infecção, temos febre. Enfim, se alguma coisa não anda bem conosco, a área envolvida dá sinal de alerta. Assim, com o passar do tempo se dermos valor e aprendermos a “ouvir” o nosso corpo, iremos trata-lo como convém e manter sua saúde e dignidade em patamares corretos.

Agora, eis um detalhe que é muito importante e que não pode nunca passar batido; nós somos um composto de corpo e alma e, por isso, não devemos apenas dar ouvidos ao que o corpo diz, precisamos ouvir nosso coração, nossa alma. Deus, em sua infinita sabedoria, plantou neste ato criador uma sementinha dentro de nós que contém a seguinte informação: retorne para mim. Por isso Santo Agostinho vai dizer que a alma é inquieta enquanto não voltar para junto de Deus. A felicidade que todos procuram e não encontram porque procuram nos lugares errados, e pecam dessa maneira, somente existe em Deus. Isso, porém, também é sabido pelo nosso arqui e cruel o inimigo, a antiga serpente, satanás. Sendo assim, ele se mete onde lhe convém e passa a pulverizar corações e mentes com suas lorotas afim de adulterar a verdade libertadora.

Desde o início, lá no jardim do Éden, ele insinuou que Eva não precisava “passar vontade”, ela poderia comer do fruto proibido porque não iria morrer. Percebam quão ardiloso foi o diabo nesse momento. Bastou um jogo de palavras e Eva caiu na armadilha. Quando Deus disse que se comessem do fruto iriam morrer, se referia ao acontecimento da morte como o conhecemos hoje. Adão e Eva achavam que comer o fruto seria como comer algo envenenado, pois não entenderam a profundidade daquilo que Deus disse. Nem era, na verdade, necessário que entendessem porque era cobrado deles a “obediência” ao seu criador. Se Deus disse para não fazer, não se deve fazer. Se a morte seria instantânea como um envenenamento ou ao final de uma vida terrena, para voltar ao pó, não existia importância pois importante era obedecer. Nessa confusão toda o diabo usou a verdade celeste dando ares de meia verdade, iludindo o casal e deu no que deu. Vejam nas escrituras que ele nem precisou mentir tanto assim, bastou enrolar com jogos linguísticos e meias verdades.

Pois bem, infelizmente as coisas são assim até hoje. As pessoas não querem passar vontade. Os inimigos da alma fazem uma forte promoção de tudo para que as pessoas consumam tudo que quiserem e jamais passem vontade. Tudo gira em torno daquilo que querem ser, ter e fazer, e o dinheiro e os prazeres da carne e sensoriais são ingredientes que existem na vida de muitos. A pessoa quer ter um bem e não consegue comprar, ela rouba. Não consegue comprar um produto à vista e que está além de suas possibilidades orçamentárias, ela parcela. Não consegue ter uma relação sexual satisfatória na vida matrimonial, ela adultera. E assim, as pessoas não medem esforços para fazerem suas vontades. Espiritualmente falando, e é preciso sempre colocar um olhar espiritual sobre tudo, nunca se trata de nossa vontade e sim da vontade de Deus. Não podemos rezar a oração do Pai Nosso e sair por aí sem medirmos esforços para fazermos nossa vontade. Não que seja errado almejarmos as coisas, o que não podemos é priorizarmos o eu em detrimento do Reino de Deus e do próximo. Já dizia Jesus: buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será acrescentado.


fonte: Jefferson Roger
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