sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Eu sei o que pedir?


Mateus 6,25-34

25 Portanto, eis que vos digo: não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, pelo que vestireis. A vida não é mais do que o alimento e o corpo não é mais que as vestes?
26 Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais que elas?
27 Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?
28 E por que vos inquietais com as vestes? Considerai como crescem os lírios do campo; não trabalham nem fiam.
29 Entretanto, eu vos digo que o próprio Salomão no auge de sua glória não se vestiu como um deles.
30 Se Deus veste assim a erva dos campos, que hoje cresce e amanhã será lançada ao fogo, quanto mais a vós, homens de pouca fé?
31 Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos?
32 São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso.
33 Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo.
34 Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado.

Olá caros ouvintes, nesta reflexão da palavra de Deus, mais uma vez, à primeira vista, nos parece que Jesus nos diz para deixarmos de lado as preocupações cotidianas porque dela cuida Deus, porque Deus cuida de nós e sabe muito bem do que precisamos.

Ora, é mais um dos inúmeros ensinamentos do mestre, e mais um ao qual as pessoas insistem em se portarem como surdas ou indiferentes, como se essa palavra não fosse dirigida a elas.

Jesus afirma em outra passagem: “Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á” (Mateus 7,8). Então se o cristão católico não for vigilante, facilmente se perderá na compreensão da palavra correndo o risco de fazer escolhas e ter atitudes contraditórias.

E a questão segue adiante: “Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis” (Romanos 8,26).

E agora? O que fazer? Jesus diz que temos que pedir, mas adiante nas sagradas escrituras aprendemos que não sabemos o que pedir. E Jesus ainda diz que não devemos nos preocupar em pedir a respeito das necessidades então como fica tudo isso? Vamos compreender.

Primeiramente o que precisa ficar bem claro para nós católicos é o seguinte: Não somos proibidos de pedir, muito pelo contrário. Deus Pai, nosso criador quer que dependamos Dele como filhos muito amados, e se nós “que somos maus sabemos dar coisas boas aos nossos filhos” quanto mais o Pai Celeste nos dará o Espírito. Esta é outra realidade que confirma o cuidado do nosso bondoso Deus, que é amor. Desta forma a questão precisa entrar pelo caminho correto. Basta adicionarmos ao assunto o primeiro mandamento da lei de Deus para tudo vir às claras: “Amar a Deus sobre todas as coisas, com toda a tua força, alma e entendimento”. Pronto, para sermos salvos, precisamos nos tornar santos e para sermos santos precisamos amar. Quem ama mais é mais santo, quem ama menos é menos santo. E não se trata aqui do amor humano, mas sim daquele amor que Jesus nos amou. Este é o segundo mandamento do amor: “Amar ao próximo como a ti mesmo”.

Então eu primeiramente amo a Deus, depois amo a mim e por amor a Deus, amo ao próximo com o amor caridade e amor de doação.

Assim sendo, rezamos na oração do Pai Nosso que “seja feita a vossa vontade”. E Jesus confirmou essa realidade e natureza das coisas quando em agonia no horto das oliveiras pediu que o cálice fosse afastado, mas que fosse feita a vontade do Pai e não a Dele.

Ora, então como diz Jesus, já que podemos pedir tudo, mas esse tudo, precede uma ordem, “primeiro o reino de Deus e sua justiça”, já que o Pai sabe do que precisamos e o Espírito Intercede por nós uma vez que não pedimos como convém, fica claro que primeiro o que nos é necessário para nossa salvação, quando pedido é concedido, pois disso não depende o nosso ser e agir, nem como somos.

Vamos a um exemplo: Se uma pessoa de má conduta, após uma experiência de Deus, cai em si perante toda a sua má vida, arrepende-se profundamente e pede a Deus uma graça de conversão e abandono de vícios, nos parece muito certo que será atendida não é mesmo? Afinal Deus quer nossa salvação muito mais do que nós mesmos.

Por outro lado, se nossos pedidos parecem mais uma lista de exigências que na maioria das vezes não passam de caprichos pessoais ou circunstanciais, também, em uma análise mais calma a resposta é simples, muito simples:

Deus não nos vai estragar com “mimos” porque Ele não quer que nos percamos no inferno.

Além do que, para concluirmos este artigo precisamos através da vigilância compreender que existe o tempo de Deus. Nada de nos comportarmos como aquela criança que no mercado pede algo a sua mãe e ao receber um não começa a fazer escândalo publicamente, se jogar no chão, espernear, gritar e outras coisas.

Como diz no livro de Eclesiastes, existe tempo para tudo. Tudo acontece segundo a vontade de Deus, pois então, eis o tempo de Deus. Por isso aprendemos na carta de São Tiago que a provação produz a paciência, e isso é um exercício da fé.

Deus nos atende também quando nos faz esperar e nos diz não. Se Ele nos manda um sofrimento para nos corrigir e nos fazer crescer em seu amor, pedir que Ele nos tire esse sofrimento parece uma atitude meio birrenta não é mesmo?

Seria como uma criança que fez algo errado e ainda por cima quer escolher que castigo os pais devem dar a ela. Ou ainda aquela criança que quer ir bem na prova da escola, mas não quer estudar, prefere colar.

O “jeito” de Deus é um só e nossos sofrimentos e necessidades estão na medida que podemos suportar. Do contrário nosso criador seria injusto se nos desse uma cruz maior do que a que podemos carregar. E nada de ficarmos olhando para a cruz de cada um, você tem a sua, que já é bem sob medida.

Vamos recordar? Sua cruz você carrega, alguém pode te ajudar, mas você sempre irá carrega-la para até junto à cruz de Jesus. Lembremos que o próprio Jesus concedeu a Cirineu que Lhe ajudasse, mas não tirou a cruz do seu santo ombro.

Portanto se estou a sofrer, não seria mais cristão pedir a graça de poder suportar com amor e paciência esse sofrimento? Aceitar como penitência? Oferecer a Deus para sua santificação e a conversão dos pecadores? Aceitar de coração essa “graça” de Deus? Isso mesmo, até os sofrimentos são graças, as provações nos edificam pois esse é o caminho que Jesus nos deixou. A dor é filha do amor. Os sofrimentos, preocupações, dificuldades e tribulações sempre existiram e existirão, sendo apenas extintos quando passarmos pela porta estreita, onde toda a realidade que vivemos hoje será motivo para nossa condenação eterna ou para a glória eterna.

Eu sei o que pedir? Vamos refletir pois com o que pedimos podemos nos aproximar agora de Jesus misericordioso ou em nosso juízo nos depararmos com o Justo Juiz, aquele que julga o coração, perante o qual iremos apresentar nossas obras.


fonte: Jefferson Roger
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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Como inimigos de Deus


Lucas 6,27-32

27 Digo-vos a vós que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam,
28 abençoai os que vos maldizem e orai pelos que vos injuriam.
29 Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra. E ao que te tirar a capa, não impeças de levar também a túnica.
30 Dá a todo o que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho reclames.
31 O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles.
32 Se amais os que vos amam, que recompensa mereceis? Também os pecadores amam aqueles que os amam.
Um dos trechos belíssimos do Evangelho de São Lucas é esta pequena passagem onde Jesus parece exigir de nós fiéis algo quase impossível para a compreensão humana. Se pensarmos aos olhos da lei e da moralidade podemos achar que o que nosso Salvador nos pede é algo muito difícil de se praticar.

A cultura e a razão humana tendem a conceber que, o bom merece a recompensa e o mau merece o castigo, afinal, não é assim na essência da batalha entre o bem e o mal? E seguindo essa reflexão não nos parece então uma contradição Jesus nos exortar a tratar os maus como se trata os bons?

Muita calma neste andor, já dizia o ditado popular. Jesus, que é o caminho, a verdade e a vida não pode se contradizer e de fato não se contradiz.

O que ocorre então, é quando ainda éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com Ele pela morte de seu filho na cruz. Inimigos sim, todavia no Jardim do Éden, pela soberba a antiga serpente provoca no primeiro casal essa inimizade entre eles e o Criador.

“Deus não quer que vocês comam do fruto proibido porque senão vocês serão como Ele”.

E pela desobediência que levou à queda na tentação, entra o pecado no mundo, invenção do anjo caído e a concupiscência se instala em nossas almas.

Desse ponto em diante o nosso olhar tornou-se um olhar manchado pelo pecado e isso precisa ser curado diariamente. É preciso ter um olhar santo, que brota do coração, onde brotam todas as coisas como nos ensina Jesus.

Assim sendo, reconhecida nossa natureza outra questão precisa unir-se a esta. Na santa missa rezamos: Por Cristo, com Cristo e em Cristo... ou seja, a razão de todo o nosso ser e fazer (criaturas de Deus) tem que estar direcionadas para Ele, que faz chover sobre bons e maus.

Deus que nos amou primeiro, pela sua misericórdia infinita perdoa nossas ofensas a Ele sempre que recorremos ao seu perdão, então isso, nos leva a praticarmos o amor cristão, o amor que é doação e caridade, e por gratidão a Deus, precisamos agir como Jesus nos pede, porque senão, que recompensa teremos se fizermos o bem a quem nos importar?

É sob esse olhar da eternidade que precisamos então nos comportar. Se não perdoamos alguém devemos lembrar que tantas vezes pedimos o perdão de Deus, e o recebemos? Lembre-se da oração do Pai Nosso. Se nos fazem o mal, não clamemos por justiça a Deus, porque Ele virá fazer a justiça, mas não esqueçamos: seremos os primeiros da fila. Portanto peçamos a misericórdia e não a justiça.

Se não amamos alguém, ou ainda como nos diz São Paulo, não nos suportamos mutuamente devemos lembrar que tudo para o católico tem a razão de ser em Deus. É por amor a Deus e para agrada-Lo e servi-Lo que estamos a viver este tempo breve neste vale de lágrimas.

A dificuldade em fazermos aquilo que Deus nos ensina, pede e mostra como se faz pode estar dentro de nós mesmos, de nossa alma, mente ou coração. Façamos pois cotidianamente na presença do Senhor, nosso exame de consciência, sempre nos colocando sob Seu olhar, contando com a intercessão celeste e da Virgem Maria e do seu ensinamento: “Fazei tudo o que Ele vos disser.”


fonte: Jefferson Roger
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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Viver como irmãos, por amor a Cristo


Continência no casamento, "viver como irmão e irmã": o caminho que a Igreja sempre indicou aos casais que vivem em segunda união – o qual, para algumas pessoas hoje, soa uma proposta "irrealista" e quase absurda – foi justamente a solução que Peter e Anne Stravinskas encontraram, a fim de conformarem suas vidas à vontade de Deus e estarem aptos para receber a Sagrada Comunhão.

Em uma entrevista exclusiva, o filho único do casal, o padre Peter Stravinskas, contou ao LifeSiteNews.com a história da decisão de seus pais. O sacerdote, fundador da Priestly Society of the Blessed John Henry Newman, é um respeitado estudioso, autor e apologista católico.

Foi na década de 1940 que o primeiro matrimônio de Peter chegou ao fundo do poço e terminou com a sua esposa o abandonando. Apesar de saber que um novo casamento o distanciaria de Deus e da Igreja – Peter não só era católico, como apreciava a leitura de G. K. Chesterton e John Henry Newman –, ele casou-se no civil com Anne, que, à época, era uma espécie de católica não praticante. Quando Peter Jr. nasceu, em 1950, o casal decidiu colocá-lo em uma escola católica.

Durante o seu segundo ano de preparação para receber os sacramentos da Confissão e da Comunhão, a vida de fé dos Stravinskas recebeu um impulso inesperado. O padre conta como aconteceu:

"Cheguei em casa da escola um dia e disse: 'Mãe, eu te amo muito'. 'Eu também te amo', ela respondeu. 'Mãe, quando eu morrer, quero ir para o Céu!' 'É claro, todos nós queremos', ela disse. 'Bem, nós temos um problema. Se eu morrer e for para o Céu, e você e o papai não estiverem lá, continuará sendo Céu?' 'Ué, por que papai e eu não estaríamos lá?' 'Porque a irmã Rita Gertrude disse hoje na aula que pessoas que não vão à Missa no Domingo vão ao inferno quando morrem'."

O padre conta que sua mãe imediatamente encerrou a conversa, mandando que ele fosse tomar o seu leite e comer os seus cookies.

Mais tarde, naquela noite, quando o pai do padre voltou do trabalho, Peter Jr. foi mandado para o seu quarto, enquanto os seus pais discutiam sobre a conversa que fôra mantida mais cedo. Peter lembra bem as palavras que ele ouviu enquanto se escondia atrás da porta:

"'Temos um problema com o nosso filho', disse a mãe. 'O que é?', perguntou o pai. 'Aquela irmã louca da escola está nos causando problema. Ela disse ao Peter hoje que nós vamos ao inferno porque não vamos à Missa aos domingos'. 'Bem, o que você esperava que ela dissesse?' 'Quando for a escola amanhã para ajudar com o trabalho voluntário, vou mandá-la cuidar da própria vida e ficar fora da nossa casa.' 'Bem, você pode fazer isso – ele replicou. Só não sei se vai servir para alguma coisa'."

Depois disso, Peter lembra de uma breve pausa antes de ouvir seu pai acrescentar: "Eu acho que há provavelmente uma solução mais simples. Talvez seria mais fácil para nós começarmos a ir à Missa aos domingos. Assim, convenceríamos a irmã de que não iremos para o inferno."

No domingo seguinte, toda a família Stravinskas assistia à Missa unida, pela primeira vez.

O que começou a incomodar Anne foi o fato de que, no momento da Missa em que as pessoas iam receber a Sagrada Comunhão, ela não estava apta a participar. Mesmo desejando receber Jesus, ela sabia que viver com um homem que, aos olhos da Igreja, era casado com uma outra mulher, a impedia de receber Jesus em sua alma.

O padre Stravinskas lembra de ouvir a sua mãe dizer uma vez: "Eu não sei por que vou à Missa afinal, se eu não posso receber a Sagrada Comunhão."

O casal eventualmente trouxe essa dificuldade para o pároco da sua comunidade. Ele disse aos dois que uma maneira de proceder seria pedir às autoridades da Igreja em Roma que examinassem a primeira união de Peter, para determinar se ela realmente havia existido. Se o matrimônio fosse declarado inválido, Peter e Anne estariam livres para casar e ajustar o seu relacionamento aos olhos de Deus e da Igreja, pavimentando o caminho para que eles pudessem receber a Comunhão.

Mas o padre os advertiu também que o processo de nulidade não só era demorado, como custava caro.

O bom padre, então, apresentou ao casal uma solução muito mais simples. "Ele disse que a solução mais fácil para que eles participassem integralmente na fé católica seria abster-se de relações e viver como irmão e irmã".

"Daquele momento em diante, foi o que eles fizeram", relata Peter.

Foi só nos seus anos de colégio, discutindo com o seu pai sobre a doutrina católica em relação ao matrimônio, que o padre Stravinskas descobriu a verdade sobre a decisão de seus pais. "Bem, é verdade, situações irregulares acontecem", disse-lhe o seu pai. "Mas, para sermos fiéis a Cristo, sua mãe e eu temos vivido como irmão e irmã por 10 anos até agora."

"E eles viveram assim até o fim do seu matrimônio", conta o padre. Peter faleceu em 1983, com 71 anos. Anne viveu até os 87, morrendo em 2005.

Comentando os debates sobre o tema, levantados por conta do recém-concluído Sínodo para as Famílias, o padre Stravinskas alertou para o perigo de que se introduza um pensamento mundano dentro da Igreja, como uma espécie de "cavalo de troia". "Se é verdade que uma pessoa permanece ligada ao seu cônjuge, ainda que o seu matrimônio fracasse, isso significa que qualquer atividade sexual subsequente em que a pessoa se envolva é pecado de adultério. Foi o que Jesus disse nos Evangelhos", ele diz.

Segundo o padre, quem discorda desse ensinamento tem um problema com Deus, não com a Igreja:

"Quando as pessoas me dizem que não aceitam a doutrina da Igreja sobre o divórcio e as novas uniões, eu digo a elas: 'Vamos fazer a sua afirmação mais precisa. O que você está realmente dizendo é que você não aceita o ensinamento da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade sobre esse assunto'. (...) Esse ensinamento sobre o divórcio e as novas uniões não compete à Igreja mudar. Vem do próprio Deus. A Igreja levou tão a sério essa doutrina que chegou a perder toda a Igreja na Inglaterra nos anos 1530, por causa da sua fé na indissolubilidade do matrimônio."

O padre Stravinskas também explica por que é gravemente errado para católicos divorciados em segunda união se apresentarem para receber a Sagrada Comunhão. "É o pecado do sacrilégio. Aproximar-se indignamente do mais santo dos Sacramentos. São Paulo é muito claro sobre isso em sua Epístola aos Coríntios. Ele diz que uma pessoa deve examinar a si mesmo antes e, se não estiver preparada, não deve receber o corpo e sangue do Senhor. Se ele o faz – e aqui está a pena – ele come e bebe a própria condenação", afirma.

O testemunho da família Stravinskas é bastante pertinente: mostra como, mesmo sendo difícil, a castidade é acessível a todos, por mais difícil que seja a sua situação. Sustentar o contrário, diz o padre Peter, "desonra os meus pais e milhares de outros casais que, como eles, decidiram pôr a sua confiança de seguir adiante na graça de Deus. Nossa fé nos ensina que Deus dá a todos a graça para evitar o pecado. As pessoas vivem isso."


fonte: padrepauloricardo.org/blog
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domingo, 22 de novembro de 2015

Bebês choram.... e dormem....

Um dos três objetivos do matrimônio é a abertura a fecundidade; ter filhos e educá-los no temor ao Senhor. Sua recusa portanto implica na negação à verdade revelada por Deus do Seu desejo de se unir ao homem por amor em perfeita comunhão. "Crescei e multiplicai-vos" - diz a Sagrada Escritura.

Esta finalidade vai ao contrário de qualquer sentimento de egoísmo. Muitos casais, que de casais não possuem nada pois se comportam como uma dupla, escolhem se casar e não terem filhos. E a lista de motivos, muito bem embasados é bem extensa.

Nosso orçamento não dá conta, temos um ritmo de vida muito agitado, gostamos de sair em atividades noturnas, gostamos de festas, gostamos de poder fazer o que quisermos quando quisermos, gostamos de viajar, nos casamos para fazermos muito sexo quando quisermos e como quisermos, queremos primeiro construirmos nossa vida, nossas carreiras, concluir nossos projetos de vida e por aí vai...
Mas o matrimônio, que é uma realidade natural do ser humano é muito mais que um simples casamento, sem falar que suas dificuldades e desafios são tantos.

Qualquer um pode ver quantas brigas, ciúmes, crimes, violências domésticas, doenças afetivas, adultérios e tantas outras realidades que mancham esta verdade que deveria ser tão bonita que é o amor.

Por isso Nosso Senhor Jesus Cristo elevou essa realidade virtuosa do casamento em sacramento. E o que é o sacramento? É um sinal eficaz da graça, que opera para a santificação. Portanto marido e mulher e seus filhos não estão mais sozinhos em seus próprios esforços; entregando-se a Cristo passam a receber a graça divina que ajuda e santifica a vida em família.

É fácil perceber o que se passa com a prole do casal. Como suportar as noites mal dormidas, a realidade de se educar os filhos, de passar horas de preocupação e de se desdobrar para o bem de todos os membros da família senão estiver aí a ação da graça?

Muitos se casam sem levar a sério a realidade do sacramento do matrimônio e, sem convidar Jesus para estas núpcias, tentam em vão resolverem as dificuldades, tribulações e provações da vida familiar e matrimonial sem Ele.

Bem sabemos onde isso vai parar não é mesmo! Famílias desfeitas, separações, a solução humana do divórcio, álcool, drogas e tantas outras consequências que todos já viveram, vivem, viverão ou sabem de alguém que já passou por algo assim.

E não é fácil, por isso é que o inimigo cruel, satanás leva muito a sério a questão da "família" e muito se empenha para colocar abaixo tantas famílias quanto puder. Não vamos esquecer do que nos recorda São Paulo em sua carta aos Efésios onde ele nos diz que não é contra a carne e o sangue que é a nossa batalha, mas contra os espíritos malignos dispersos pelos ares.

Não se trata, observemos bem, de colocar toda a culpa no diabo, pois nossa alma tem três inimigos: o diabo, a carne e o mundo.
E não é fácil; que tal relembrarmos dos cuidados que uma nova vida traz para o seio familiar? São etapas e etapas com cuidados diferentes em cada fase da vida. Missão constante.

Bebês choram. Ainda não falam. Os recém nascidos choram. Choram porque precisam ser trocados, choram para mamar, choram porque estão com dor ou porque tem algo errado. Choram se levam um susto. Choram se algo os incomoda. A linguagem do bebê é o choro, verdadeiro teste inicial pois lá se vão os velhos hábitos, as lembranças retornam caso não seja o primeiro filho e tudo isso confronta o peso da idade dos pais caso esse fator tenha peso na vida familiar. Sem a graça de Deus é mais difícil...

Bebês dormem. Parece bom isso não é mesmo, mas bebês dormem quando querem e quase sempre não dormem quando os adultos precisam dormir. Outro desafio cotidiano na vida da família, pois alguns precisam descansar "bem" para aguentarem a rotina do dia a dia, trabalho, estudos e tudo o mais. É interessante perceber que sempre são vinte e quatro horas para serem divididas pelo número de membros da família e suas tarefas. Fácil concluir que o resultado desta conta é a unidade, indissolubilidade e a fecundidade, que são as três características presentes no matrimônio após o livre consentimento perante Deus.


fonte: Jefferson Roger
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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A misericórdia não é desonesta


O Arcebispo da Filadélfia (Estados Unidos), Dom Charles Chaput, assegurou que a verdadeira misericórdia e a confiança no poder transformador da graça de Deus são chaves para ajudar os divorciados em nova união.

“Ironicamente, uma estratégia pastoral que minimiza o pecado em nome da misericórdia não pode ser misericordiosa, pois é desonesta”, assinalou Dom Chaput em um artigo que será publicado pela revista First Things, em dezembro deste ano.

A autêntica misericórdia é evangélica e acredita que “a graça de Deus tem o poder de transformar-nos”, indicou, e precisou que isto é importante para a resposta pastoral da Igreja para os divorciados em nova união.

“Os divorciados e recasados no civil continuam sendo membros bem-vindos da comunidade crente, mas a Igreja não pode ignorar a Palavra de Deus sobre a permanência do matrimônio, nem pode mitigar as consequências das escolhas que as pessoas adultas fazem livremente”, disse.

O Arcebispo recordou a passagem na qual Jesus se encontra com uma mulher acusada de adultério, no exato momento em que seria apedrejada, no Evangelho de São João. Todas as pessoas necessitam da misericórdia de Deus, inclusive aquelas que se consideram justas, explicou.

“Somente Jesus pode nos libertar. Somete Ele poderia ter jogado a primeira pedra. Mas Ele não o fez, apenas disse: “Nem eu te condeno. Vai e não peques mais”.

“Deus não nos deve o perdão ou a redenção, nem nos deve nada. Nem mesmo a misericórdia de Deus nos dá permissão para continuar pecando”, indicou. Mas, pelo contrário, “nos exige uma resposta: ‘ir e não pecar mais’”.

“Ao perdoar a mulher, Jesus faz por meio da graça o que a lei moral não pode fazer. Concede-lhe uma nova vida e a amizade de Deus”, expressou.

Dom Chaput rechaçou as acusações de que a prática da Igreja castiga e exclui essas uniões irregulares e assinalou ainda que a Igreja não pode validar um comportamento que separa as pessoas de Deus e ao mesmo tempo “permanecer fiel a sua própria missão”.

“Uma sincera aproximação a Deus sempre ocasiona um afastamento do pecado e do engano”, indicou.

O Prelado americano advertiu que uma aproximação pastoral que busque a Comunhão para os divorciados em nova união sem procurar uma mudança de vida “resultará em menos fé, nada mais”.

“A consequência de um falso ensinamento e prática dos sacramentos não é uma vida evangélica mais fervorosa, mas seu colapso”, o Arcebispo acrescentou, dizendo que isto foi o que aconteceu em partes da Europa que se afastaram da doutrina católica.

Em seguida, Dom Chaput destacou a exortação do Papa Francisco a fim de que os cristãos acompanhem os outros durante as situações mais complicadas de suas vidas.

“Isto é um aspecto fundamental da misericórdia e uma expressão vital do amor cristão. Os laços do pecado são fortes e a graça de Deus normalmente os desata lentamente”, disse.

O Arcebispo sublinhou: “Nenhum pecado nos coloca além do perdão de Deus” e “Sua misericórdia dura para sempre”.

“Seria contrário à misericórdia dizer ‘vem’ e logo dizer que não precisamos nos mover, precisamos sair do nosso atual romance com o pecado e avançar para a obediência e justiça de Deus, a lei de Jesus Cristo”, pontuou.

Dom Chaput indicou que “os cristãos são enviados ao mundo levando a inscrição da misericórdia da Cruz em nossas vidas”. “Esta misericórdia é a predicação da boa nova da salvação em Jesus Cristo”.

“Durante este Ano da Misericórdia, a Igreja nos convida a encontrar novamente o amor de nosso Redentor. (A Igreja) abre as portas ao mundo e convida todos a entrar e unir-se à festa de bodas do Cordeiro”, concluiu.


fonte: misericordia.org.br/noticias
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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Derrubado antigo erro protestante


AINDA É COMUM nos meios protestantes, infelizmente, ouvir-se a afirmação de que “a Igreja Católica acrescentou sete livros à Bíblia" em algum momento da História. Segundo esta absurda teoria, esses livros (Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, Carta de Jeremias e os livros dos Macabeus, além de partes de Daniel e Ester) seriam “apócrifos”. Um lamentável equívoco, – entre muitos outros, – difundido às vezes por puro desconhecimento e outras com a nítida intenção de caluniar a Igreja Católica.

Recentemente, a entidade protestante SBB (Sociedade Bíblica do Brasil), que publica as bíblias protestantes em nosso país, acabou com séculos deste grosso engano, quando publicou, para a surpresa de todos, a Septuaginta, – a antiga tradução bíblica que reúne os livros do Velho Testamento usada pelos Apóstolos de Jesus e que contém os mesmos sete livros católicos que eles, protestantes, alegavam ser um acréscimo feito pela Igreja Católica. – A SBB publicou o seguinte (vago e confuso) texto em uma nota de promoção da obra:

“Septuaginta (ou Tradução dos Setenta): esta foi a primeira tradução. Realizada por 70 sábios, ela contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica, pois não estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento foi estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I dC.

A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em sua Bíblia. Eles são chamados apócrifos ou deuterocanônicos (sic) e encontram-se presentes nas Bíblias de algumas igrejas. Esta tradução do Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de Deus.”

A nota é digna de citação por reconhecer que a versão dos textos bíblicos adotada pela Igreja primitiva é a mesma usada até hoje por nós, católicos, o que não deixa de ser um grande avanço. Além disso, reconhece categoricamente que os protestantes não seguem o cânon da Igreja de Cristo, e sim o da comunidade hebraica/israelita(!), – a suprema incoerência. – Apesar destes acertos, também há muitos e graves erros na apresentação da SBB, alguns realmente elementares. Dentro de nossas próprias limitações, procuraremos efetuar, abaixo, as devidas correções ao obscuro texto da SBB:

1) SBB: “Esta foi a primeira tradução. Realizada por 70 sábios, ela contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica, pois não estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento foi estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I dC.”

Correção: os sete livros não fazem parte da “coleção hebraica”, porque esta é muito posterior à coleção cristã, datando no mínimo do final do primeiro século, – sendo que fontes respeitadas datam a sua conclusão no segundo século, como é o caso da Enciclopédia Judaica. – Já a Septuaginta é anterior a Cristo (aprox. séc. III aC). Trata-se, portanto, de um erro crasso. O “detalhe” que faz toda a diferença é que essa lista sem os sete livros em questão foi produzida pelos judeus que perseguiram Jesus e os Apóstolos e que queriam extirpar os livros cristãos do meio judaico. Confirmando este fato, diz a SBB em espantosa e claríssima contradição: “A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em sua Bíblia”(!).

Outro "detalhe" imprescindível: esta “Igreja primitiva” citada no texto é, evidentemente, a primeira e única Igreja deixada por Jesus e continuada pelos Apóstolos, a única Igreja que possui uma história bimilenar, a mesma Igreja Católica e Apostólica atualmente sediada em Roma.

Mais um "detalhe" que muda tudo: os protestantes aceitam a autoridade da Igreja Católica para definir o cânon do Novo Testamento, – que é o cumprimento e a consumação de toda a mensagem das Sagradas Escrituras para nós, cristãos, – mas a renegam na definição do cânon do Antigo Testamento. Baseados em que autoridade fizeram tal escolha? Esta é uma pergunta sem resposta.

2) SBB: “Eles são chamados apócrifos ou deuterocanônicos e encontram-se presentes nas Bíblias de algumas igrejas.”

Correção: os sete livros são chamados “apócrifos” única e exclusivamente pelos inimigos de Cristo, que os excluíram de seu particular cânon judaico, feito somente no final do primeiro século. Deram-lhes desonestamente o nome de “apócrifos” para desclassificá-los; os protestantes, ávidos por se diferenciarem cada vez mais e em definitivo da Igreja Católica, adotaram o erro e se uniram aos carrascos e escarnecedores de Jesus.

De fato, o termo "apócrifo" sempre significou um "escrito de assunto sagrado não incluído pela Igreja no cânon das Escrituras autênticas e divinamente inspiradas", e "texto religioso cristão que não se inclui na lista canônica de livros da Bíblia". Logo, demonstrado está que “apócrifos”, na realidade, são os livros que ficaram de fora do cânon da Igreja, entre os quais não se incluem os livros excluídos pelos protestantes. Os que constam da Septuaginta evidentemente estão incluídos no cânon da Igreja, e isto a SBB inadvertidamente reconhece, quando afirma: “A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em sua Bíblia”.

3) SBB: “Esta tradução do Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de Deus.”

Aqui não há o que corrigir, pois a SBB simplesmente confessa que a Septuaginta, isto é, o Velho Testamento da Bíblia cristã e católica de sempre, foi sempre utilizada pela Igreja, desde o princípio, inclusive nas sinagogas "de todas as regiões do Mediterrâneo" como "instrumento fundamental" para a evangelização. Corretíssimo. Isso explica o porquê de tais livros já se encontrarem, inclusive, na Bíblia de Gutemberg, impressa cerca de um século antes da Reforma Protestante.


Lutero traduziu para o alemão os livros deuterocanônicos. Sua edição de 1534 traz o mesmo catálogo dos católicos. A sociedade Bíblica protestante, até o séc. XIX, incluía os deuterocanônicos em suas edições da Bíblia. Depois disso os excluiu, e para justificar essa grave heresia, elaborou uma coleção de calúnias contra a Igreja Católica. Até hoje certas seitas pentecostais e neo pentecostais costumam levianamente pregar uma justificativa mentirosa para cada livro que renegaram.

Logo, o que o protestantismo usa não é de fato a Bíblia dos cristãos, mas o cânon farisaico do Velho Testamento, junto ao cânon católico do Novo Testamento. Desse modo, o que o protestantismo prega não pode de modo algum ser a verdade, já que defende o princípio da Bíblia como "única regra de fé e prática".

Vejamos agora o resultado do curioso proceder da SBB para com o público protestante: a bíblia protestante "Almeida", que contém o Novo Testamento conforme o cânon da Igreja Católica e o Velho Testamento faltando sete livros, numa encadernação bem cuidada custa aproximadamente R$ 44,00. Pois bem. Os mesmos protestantes que retiraram aqueles sete livros desta bíblia, agora disponibilizam para venda a Septuaginta, que contém os mesmos sete livros que haviam tirado, por valores em torno dos R$ 134,00(!).

Ora informamos a todos os protestantes bem intencionados que em qualquer livraria católica se pode adquirir uma excelente versão da Bíblia completa, como sempre foi usada pela Igreja de Cristo desde o início, conforme a própria SBB admite, por menos de R$20,00.

Caríssimos irmãos separados, o seu Velho Testamento é exatamente a Septuaginta que as lojas protestantes tentam vender-lhes por altos valores, depois de ter-lhes vendido uma bíblia incompleta. Que ninguém vos engane mais uma vez.


fonte: o fiel católico
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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Por onde andam as tentações?


Uma famosa oração, atribuída a Santo Agostinho, e rezada por quem se prepara para a Santa Escravidão a Nossa Senhora, possui uma frase digna de profunda meditação: “Ó Jesus, anátema seja quem não Vos ama. Aquele que não Vos ama seja repleto de amarguras.”

Mas, desde quando os santos rezam a Deus pedindo que as pessoas fiquem amarguradas?

Qual é, afinal, o sentido dessas palavras de Agostinho, aparentemente tão severas?

O desejo desse doutor da Igreja é bem simples: que os homens amem a Deus!

E ninguém pense que se trata de uma petição qualquer. As palavras de Agostinho – que não fazem mais que ecoar as do próprio Cristo no Pai Nosso – são a coisa mais importante e valiosa que se pode pronunciar em favor daqueles que se ama. Pois, que bem maior podemos dar aos que amamos, senão Deus mesmo, o único que pode trazer felicidade ao nosso coração? Nenhum bem deste mundo pode saciar a nossa alma e, ainda que pudesse, a morte o levaria embora e o tiraria de nossas mãos... Deus, ao contrário, não só alegra os Seus nesta vida, como lhes reserva uma eternidade ao Seu lado.

A condição para gozar dessa bem-aventurança eterna é uma só: amar a Deus. Por isso, diz São Paulo: "Para aqueles que O amam, Deus preparou coisas que nenhum olho viu, nem ouvido ouviu e nem coração jamais pressentiu" (1 Cor 2, 9).

São muitas, todavia, as coisas que nos afastam dessa divina recompensa, e uma delas são as falsas alegrias do mundo, que substituem o lugar de Deus e nos fazem esquecer d'Ele.

É por isso que, no decorrer de nossa vida, somos assaltados por tantas dificuldades, tristezas, perdas e acidentes – aquilo que as pessoas comumente chamam de "desgraças", embora a única verdadeira desgraça nesta e na outra vida seja estar afastado de Deus. Todas essas coisas, se vivemos na graça da amizade com Cristo, não devem nos preocupar, já que "tudo concorre para o bem dos que O amam" (Rm 8, 28). Mas, se, ao contrário, vivemos na desgraça do pecado, sem desejo de nos emendarmos e mudarmos de vida, tudo o que nos acontece serve-nos como castigo.

Não nos impressionemos! Embora isso não se ouça mais dos púlpitos de nossas igrejas e certos pregadores cheguem a dizer o contrário, é verdade que Deus castiga. Às vezes, Ele permite que os males desta vida nos visitem, não por ódio ou maldade, mas justamente porque Ele nos ama e quer a nossa salvação! Afinal, qual é o pai que, vendo o seu filho afastar-se e correr velozmente em direção ao abismo, não prefere que ele se acidente, a vê-lo precipitar-se no fosso? Qual é o pai que, vendo o seu filho destruir-se no mundo das drogas, não procura intervir de alguma forma, mesmo que o remédio às vezes lhe doa?

É por isso que Santo Agostinho reza pedindo: "Aquele que não Vos ama seja repleto de amarguras."

Sim, Senhor, que sejamos repletos de amarguras, enquanto não Vos amarmos por inteiro! Que sejamos repletos de angústias e tristezas, só para que procuremos a única e verdadeira alegria de nossa alma, que sois Vós! Que percamos o que for preciso, só para ganhar a única e verdadeira riqueza, que sois Vós! Que morramos para este mundo e percamos a própria saúde, só para ganhar a única e verdadeira vida, que sois Vós!

E assim, em coro, unamo-nos a Santo Agostinho e a todos os santos de Deus, em ação de graças pelas cruzes e sofrimentos que nos visitam e nos convidam à conversão. Alegremo-nos verdadeiramente com as santas amarguras que o Senhor nos manda, porque também elas são um sinal do Seu grande amor por nós.

Ao contrário, comecemos a preocupar-nos quando, mesmo em nossa infidelidade e impenitência, tudo estiver aparentemente tranquilo e estivermos levando uma vida pacífica e confortável, sem as provações de Deus – nem as tentações do demônio. É o terrível sinal de que já fomos comprados pelo mal e que, por isso, nem mesmo o diabo precisa nos tentar mais.

"Cuidado se você não sofre tentações!", advertia o Santo Cura de Ars. "Talvez você ache que as pessoas que são mais tentadas, são indubitavelmente, os beberrões, os provocadores de escândalos, as pessoas imodestas e sem vergonha que deitam e rolam na sujeira e na miséria do pecado mortal, que se enveredam por toda espécie de maus caminhos. Não, meu caro irmão! Não são essas pessoas!"

"As pessoas mais tentadas – continua São João Maria Vianney – são aquelas que estão prontas, com a graça de Deus, a sacrificar tudo pela salvação de suas pobres almas, que renunciam a todas as coisas que a maioria das pessoas buscam ansiosamente. E não é um demônio só que as tenta, mas milhões de demônios procuram armar-lhes ciladas."

Prefiramos, pois, as amarguras e tentações da batalha, que preparam o Céu, à paz e à tranquilidade deste mundo, pois são elas que pavimentam a estrada para o inferno.


fonte: padrepauloricardo.org/blog
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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Sacerdote concebido em estupro


“Minha mãe se sente orgulhosa de ter defendido a vida.”

Quando repetiu estas palavras, o Pe. Antonio Vélez Alfar tinha lágrimas nos olhos. Porque estas palavras o faziam viajar no tempo – mais precisamente, à dramática história da sua mãe, que há alguns anos lhe contou que ele havia sido concebido em um estupro (tropeaedintorni.it, 10 de setembro).

UMA MULHER DE FÉ

O sacerdote colombiano, pároco na província de Chubut (Argentina), decidiu dar seu testemunho depois de uma sentença na Suprema Corte de Justiça argentina, que declarou o aborto não punível nestes casos. alfar-antonio

“Minha mãe – disse o sacerdote – era uma mulher de grande fé, devota e praticante. Ela dizia que, apesar das circunstâncias terríveis, carregava em seu ventre o milagre de uma nova vida, uma vida que Deus lhe havia dado e que, pelas suas convicções, não poderia abortar. E que, se Deus havia permitido isso, tinha que haver um sentido” (caminocatolico.org).

ESTUPRADA POR COLEGAS DE TRABALHO

A mãe do Pe. Antonio foi estuprada aos 27 anos, por vários colegas de trabalho, que montaram uma armadilha durante uma festa, a drogaram e abusaram dela repetidamente. Na dor de não saber quem era o pai, a mulher foi obrigada pela sua família a casar-se com um viúvo, que, depois de casar-se, a maltratava continuamente.

Ao ser impossível separar-se naquele contexto, a mãe permaneceu com o marido e seu segundo filho, enquanto Antonio foi enviado à casa da avó.

A HISTÓRIA DA MÃE

Continua assim a história do padre: “Um dia, como minha avó me pedia que chamasse meu pai de ‘vovô’, eu lhe perguntei como ele poderia ser meu pai e meu avô ao mesmo tempo. Isso provocou uma reunião com a minha mãe, que me contou o que havia acontecido. Ela me disse que muita gente queria que ela abortasse; outros sugeriam que ela me vendesse ou me desse em adoção. Havia inclusive gente interessada em mim. Para mim, saber disso foi muito duro. Eu tinha apenas 10 anos” (aciprensa.com).

POR QUE ISSO ACONTECEU COMIGO?

Um dia, Antonio quis desabafar com Deus. “Fui à igreja para protestar contra Deus: por que isso tinha que acontecer justamente comigo? E, enquanto eu gritava, um sacerdote se aproximou e me disse que eu estava fazendo a pergunta errada: ‘Não pergunte por quê, mas para quê’. Justamente com toda aquela situação, Deus estava me chamando para fazer grandes coisas”.

VOCÊ SERÁ UM INSTRUMENTO DO SENHOR

Esse sacerdote disse a Antonio que Deus escreve certo por linhas tortas, e que ele seria um instrumento do Senhor. Depois começou a ler a passagem de Jeremias, na qual Deus o chama, mas ele resiste, e o Senhor lhe diz: ‘Não te preocupes, eu farei tudo por ti’.

“Essa conversa me marcou profundamente, e esse sacerdote foi para mim como um pai.” Depois disso, Antonio se tornou catequista, e depois escolheu o caminho do seminário, para servir o Senhor como padre.


fonte: aleteia.org
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Católicos: não arredemos o pé


Sempre foi assim caros leitores na história do cristianismo. Nosso inimigo cruel sempre vai odiar e atacar aquilo que muito amamos. O bem e o mal fazem parte de nossa realidade espiritual como nos recorda São Paulo aos Efésios.

Neste artigo coloco mais uma vez o relato dos acontecimentos que acontecem mundo afora. Mais uma vez, a rebeldia, a revolta e a desobediência que muitos insistem em "herdar" do demônio, provocaram novos ataques ao catolicismo, que segue em sua peregrinação em defesa do Evangelho de nosso salvador Jesus Cristo.

O tema mais uma vez é o aborto. Eles querem porque querem que o aborto seja além de uma prática legal e facilitada, uma realidade e um direito na vida das pessoas, sobretudo na vida das mulheres. Para eles, nunca irá importar o fato de ser uma "vida indefesa", um não nascido querido, pensado e planejado por Deus. Sim, não importa como "chegamos" ao mundo, nossa limitada compreensão não alcança a razão e os motivos do criador.

ABORTISTAS ATACAM IGREJA NA ARGENTINA

Buenos Aires, 16 Set. 15 / 08:30 pm - Ativistas do aborto atacaram durante a noite do dia 12 de setembro a Catedral de Jesus Bom Pastor, localizada na Diocese de San Martín – sufragânea da Arquidiocese de Buenos Aires (Argentina). Eles picharam as imagens e as paredes da fachada do templo.

Segundo informou a Arquidiocese argentina, na página do Facebook da Catedral, no último sábado, “no horário da Missa das 19 horas (hora local), um grupo organizado tentou entrar no templo realizando um ato de vandalismo”.

Isto ocorreu no contexto de algumas manifestações que os ativistas pró-aborto realizaram durante esse dia pelas ruas da cidade. “Como não puderam entrar no templo – indicou a Arquidiocese –, os ativistas se manifestaram pichando toda a fachada da Igreja”. Entre os danos causados por este grupo, desenharam em cima de uma imagem da Virgem Maria e picharam nas paredes algumas frases, como por exemplo “Deus não existe” e “Aborto legal”.

CATEDRAL DA SÉ É PICHADA


SÃO PAULO, 03 Nov. 15 / 06:00 pm - Dois grupos e duas ações completamente opostas. Na sexta-feira, 30, ativistas pró-aborto picharam a Catedral da Sé, em São Paulo. No domingo, 1º, jovens de diferentes Paróquias se uniram em gesto de solidariedade para limpar o templo.

A pichação na Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção e São Paulo aconteceu na noite do dia 30, após uma manifestação realizada no centro da capital paulista contra projeto de lei 5.069/2013 que, entre outras medidas, dificulta o chamado aborto legal e restringe a venda de medicamentos abortivos no país.

As manifestações contra o projeto de autoria do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tiveram início na Avenida Paulista e seguiram até a Praça da Sé. No sábado, a Catedral amanheceu com inscrições em suas paredes e portas atacando a Igreja Católica. Algumas frases diziam: “Se o Papa fosse mulher, o aborto seria legal” ou “Tire seus rosários dos meus ovários”.

O caso foi registrado no 8º Distrito Policial de São Paulo, mas ainda não foram identificados os responsáveis.

Diante do ocorrido, o Cura da Catedral Metropolitana, Padre Luiz Eduardo Baronto, e o auxiliar, Padre Helmo César Faccioli, divulgaram uma nota de repúdio ao ato, ressaltando que “a liberdade de expressão, reivindicada historicamente pela Igreja católica em nosso país, não justifica ato de vandalismo”.

“A liberdade não é sinônimo de provocação destrutiva de nenhum patrimônio arquitetônico-artístico de qualquer instituição”, afirmam.

Os padres sublinham ainda que “a Catedral Metropolitana de São Paulo constitui monumento arquitetônico-artístico de referência para a cidade de São Paulo. Está localizada diante do marco zero da cidade. É edifício religioso que simboliza a fé cristã professada pela Igreja Católica Apostólica Romana. É também casa para todos”.

“Diariamente entram na catedral centenas de pessoas de culturas e credos variados que são acolhidas fraternalmente. Por isso, lamentamos e repudiamos a pichação ocorrida na noite de 30 de outubro último, ao término de manifestação em repúdio ao PL 5069/2013”, escrevem.

A nota expressa também o desejo de “que atos como esse não venham a se repetir para que sejam preservados não só o direito de expressão, mas também o respeito ao patrimônio da população”.

O ocorrido levou à mobilização de jovens católicos de diferentes Paróquias da Arquidiocese que, pelas redes sociais, combinaram de limpar a Catedral no domingo, 1º, Solenidade de Todos os Santos. E assim aconteceu. De luvas nas mãos, com esponjas, escovas e sabão e grupo se esforçou para remover as frases pró-aborto do templo.

Como a tinta se infiltrou nas paredes, os voluntários não conseguiram remover completamente as pichações, mas borraram as mensagens de ataques ao Papa e aos valores cristãos. Segundo a Arquidiocese, uma empresa especializada fará a limpeza completa.

Após a Missa da Solenidade de Todos os Santos, no domingo, o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, foi conversar com os jovens que limpavam a Igreja e os agradeceu pela disponibilidade.

Ao fim da Celebração, Dom Odilo também comentou sobre os atos de vandalismo contra a Catedral. Ele afirmou que a Igreja é contra tudo que agride a dignidade da mulher, mas ressaltou que quem luta pelo respeito à mulher deve lutar também pela dignidade da vida não nascida.

O Arcebispo lamentou as pichações e ressaltou que a Igreja seguirá proclamando com firmeza e serenidade a Palavra de Deus. O Cardeal encorajou os fiéis a seguirem firmes na fé mesmo diante das tribulações.

fonte: aci digital
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terça-feira, 3 de novembro de 2015

Não julgueis...


Mateus 7,1-2
1- Não julgueis, e não sereis julgados.
2- Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos.

Vamos recordar? "perdoai as nossas ofensas "assim como" nós perdoamos a quem nos tem ofendido". E tem mais não é mesmo!

Mateus 6,13-14

14- Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará.
15- Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará.

Como podemos perceber caro leitor o perdão faz parte da nobreza dos filhos de Deus. Sede Santos como vosso Pai Celeste é Santo, Mateus 5,48. Muitos de nós, senão todos nós, vamos admitir, tantas vezes esbarramos nessa que para tantos se faz pedra de tropeço.

O caminho para a felicidade eterna vai indo tão bem quando de repente... a provação em nossas vidas sutilmente se apresenta na forma de uma situação na qual somos ensinados por Jesus que devemos perdoar.

Ai como dói, como é sofrido! - Qual a solução; não descer do pedestal e transformar o perdão em desculpa. "Eu te "desculpo" mas se me aprontar outra vez não tem mais volta." E a pessoa nem para para pensar que se Deus não fosse infinitamente misericordioso no dia do juízo particular Ele poderia também nos dizer: "Eu já tinha te desculpado "daquela" vez, agora não tem mais volta".

Ora, todos irão pensar, Deus não faz assim, não age assim. E está certo não é mesmo! Nós é que não nos entregamos ao seu amor e não passamos a sermos imitadores de Cristo. E mais, além de não perdoarmos ou de apenas "desculparmos" colocamos o saldo disso tudo em nosso coração com o nome de mágoa, rancor.
Pronto! Permitimos que o veneno do pecado se instale dentro dele, e como o coração bombeia sangue, que é vida para todo nosso corpo, não demora muito para irmos aos poucos aceitando a catequese do mundo e deixando de lado as coisas que não passam.

Ou então quando dizem: "Quem sou eu para perdoar?" Ou ainda: "Só Deus perdoa", e por aí vai, são tantas as desculpas que nós mesmos damos na tentativa de justificar o nosso modo de ser. Como nos enganamos quando tentamos agir em desacordo com o projeto de Deus e ainda queremos "forçar" passagem construindo atalhos rumo ao céu. Como nos enganamos.

Se nos ferem então, se nos magoam ou nos decepcionam, uma, duas, três ou mais vezes então o "caldo" entorna pra valer! Esquecemos completamente nestes momentos que Jesus disse a Pedro que devemos perdoar 70x7, e sabemos que isto significa "sempre". Lembrando que, temos que seguir o exemplo de Deus, que quer perdoar sempre, embora existam situações em que a pessoa se fecha ao perdão, não recorre à misericórdia divina, endurecendo e fechando o seu coração para a graça da reconciliação, amor e amizade para com nosso dono, Deus Pai nosso criador.

Os ensinamentos celestes são muitos e todos convergem para um mesmo fim. Este artigo poderia ir adiante em sua reflexão mas já conseguimos refletir com estas poucas linhas sobre alguns detalhes esquecidos ou que não queremos sempre ter em mente. No fim, trata-se de sermos vigilantes pois é na distração que nosso cruel inimigo, sempre a espreita à dar o bote, nos apresenta a tentação, e esta distração nos faz pecar. E muitos esquecem que quem não perdoa também peca pois trata Deus como um inimigo, exigindo ser perdoado por Ele mas não querendo perdoar o próximo.




fonte: Jefferson Roger
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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Aborto em caso de Estupro


A história de Lianna Rebolledo – a mãe que, com apenas 12 anos, engravidou por causa de um estupro – é realmente chocante. A violação de que foi vítima deixou-a "semimorta" e "com sua face e pescoço horrivelmente desfigurados". Ela mesmo confessa, mais de duas décadas depois do ocorrido, que pensou que seus agressores iam matá-la. Não há palavras que possam expressar suficientemente a dor e a indignação de qualquer pessoa moralmente sadia diante de um crime como este. Embora a "cultura pornográfica" vigente procure até mesmo justificar este tipo de abuso, sabemos que se trata de "um atentado contra a justiça e a caridade", que "ofende profundamente o direito de cada um ao respeito, à liberdade e à integridade física e moral" e "causa um prejuízo grave, que pode marcar a vítima para toda a vida".

Disto, de fato, Lianna é testemunha viva: a violação realmente "marca a vítima para toda a vida". Mesmo depois de um tempo, ela conta que não conseguia livrar-se do sentimento de sujeira, chegando a cogitar a hipótese do suicídio.

Outro fato, porém, destinou a mudar a vida desta mulher para sempre: a notícia de que estava grávida, de que seria mãe. Já na época em que ficou sabendo de sua gravidez, um médico tentou pressioná-la a abortar. Ela, porém, consciente de que havia outro ser humano dentro de si, disse "não". O abuso que sofreu foi realmente terrível, mas punir um ser humano indefeso por isso não era, absolutamente, uma saída viável.

Alguns defensores do aborto podem sentir-se tentados a usar a história de Lianna para proveito próprio. Nesta ótica, ao invés de respaldar a defesa da vida, o caso de Lianna seria um exemplo da importância de dar à mulher o eufemístico "direito de escolha" – melhor definido como "direito de matar". A posição que estes assumem é a mesma do médico da história: não se poderia obrigar a mulher a viver "com as consequências do estupro". Para eliminar essas "consequências", então, valeria tudo, até mesmo matar o próprio filho.

Este é o argumento dos grupos que se intitulam "pró-escolha" (pro-choice, em inglês), exposto na sua crueza. Seu erro é bem evidente: coloca a liberdade humana – neste caso específico, a feminina – acima do próprio direito à vida. Mas, como bem afirma o Papa João Paulo II, "a tolerância legal do aborto (...) não pode, de modo algum, fazer apelo ao respeito pela consciência dos outros, precisamente porque a sociedade tem o direito e o dever de se defender contra os abusos que se possam verificar em nome da consciência e com o pretexto da liberdade". Só porque o homem é livre, não significa que tudo o que faz seja bom ou moralmente legítimo.

Outro problema do argumento abortista é supor que vítimas de abuso sexual que ficam grávidas queiram natural e necessariamente fazer um aborto. Um estudo conduzido por Sandra Mahkorn, especialista no assunto, mostra exatamente o contrário: de 75 a 85% dessas mulheres querem levar adiante a sua gestação. "Essa evidência, por si só, deveria fazer as pessoas pensarem e refletirem sobre o pressuposto de que o aborto é querido ou até mesmo melhor para vítimas de violação sexual", escreve David Reardon, PhD em Bioética.

Na verdade, o que faz o aborto – que a mídia e a "cultura da morte" supõem que elimine ou atenue a ferida do estupro – é apenas complicar ainda mais o drama que enfrentam essas mulheres. Muitas das que passaram pela experiência traumática de um aborto relatam-na como "uma degradante e brutal forma de estupro médico". Como entender essa expressão? Explica David Reardon:

"O aborto envolve um exame doloroso dos órgãos sexuais de uma mulher por um estranho mascarado que está invadindo o seu corpo. Uma vez na mesa de operação, ela perde o controle sobre seu corpo. Se protesta e pede ao aborteiro para parar, será possivelmente ignorada ou dirão a ela: 'É tarde demais para mudar de ideia. Isso é o que você quis. Temos que terminar agora.' E enquanto ela está deitada ali, tensa e desamparada, a vida oculta dentro de si é literalmente sugada de seu ventre. A diferença? Numa violação sexual, da mulher é roubada a sua pureza; nesse estupro médico, é roubada a sua maternidade."

É verdade que, no Brasil, assim como em muitíssimos países do mundo, está espalhada a ideia de que o aborto provocado decorrente de estupro não só seria aceitável, como seria um "direito das mulheres". Isto, porém, não altera em nada a realidade das coisas. Como bem ensina Santo Tomás de Aquino, "toda lei constituída pelos homens tem força de lei só na medida em que deriva da lei natural. Se, ao contrário, em alguma coisa está em contraste com a lei natural, então não é lei mas sim corrupção da lei". Assim, uma norma que autorizasse às mães matarem os próprios filhos – sob quaisquer circunstâncias – não passaria de uma arbitrariedade.

Porque, afinal, "se nós aceitamos que uma mãe possa matar o seu próprio filho – dizia a bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá –, como podemos dizer às outras pessoas para não se matarem?". O testemunho de Lianna Rebolledo deve servir de lição para a sociedade moderna: ele mostra por que, mesmo nas situações mais dramáticas e impensáveis, o aborto é intolerável. Nenhum crime, por mais assombroso e terrível que tenha sido, pode justificar o assassinato de um ser humano frágil e inocente no ventre materno.


fonte: padrepauloricardo.org/blog
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