domingo, 19 de novembro de 2023

Ouça o que eu tenho a dizer


Assim começou meu diálogo com Deus. Vou lhe conceder tudo que você precisa. Estais disposto a aceitar? Sim, respondi. Pois bem, será então através da família que você alcançará seus objetivos. Mais tarde em sua vida, quando se tornar adulto, será a sua vez de “deixar pai e mãe e se unir a sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne”.

Por intermédio da família, agora a sua, você se tornará um marido, depois se tornará pai e a partir de então deverá viver por ela e para ela. Através de sua família, lhe concederei as dádivas, mas também minhas correções, sempre que for necessário. Não se esqueça, algo muito importante: problemas surgidos dentro da família devem ser resolvidos dentro do lar. Isso é importante porque o diabo sempre irá oferecer soluções mágicas para os problemas que as dificuldades da vida familiar oferecer. O demônio não gosta de famílias e irá forçar a sua ao limite; não deixe de contar com toda a ajuda que eu sempre te providenciarei. Não me retire da sua vida, nem da vida de sua família.

Ouvi tudo isso atentamente. O caro leitor pode imaginar como isso se deu. Respondo que aconteceu quando recebi o sacramento do matrimônio. Nele, Deus nos explica tudo isso. Hoje, vinte e cinco anos após começar a vida de casado, confirmo que tudo que ele ensinou e explicou estava certo, em nada errou. Nem poderia, Deus Pai Todo Poderoso, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, detém o mando de tudo. Para a sociedade, a data recebe o nome de comemoração de bodas de prata. Minha mãe também comemorou antes de morrer suas bodas de prata; meus sogros comemoraram bodas de ouro – cinquenta anos de casado.


O casamento reforma as pessoas, a convivência com diferentes perfis de pessoas dentro de uma mesma casa, precisa ser vivida com muita dedicação e empenho, pois se trata de uma luta diária. Claro, tem que existir sentimento, sentimento esse que deve ser cuidado. É uma plantinha que para tornar-se uma árvore frondosa precisa sempre de atenção especial. Hoje em dia, quando falamos do tempo em que estamos juntos, muitos se espantam e dizem que não é mais comum casamentos durarem tanto assim. Ou então, quando reencontrados pela rua por pessoas de um convívio passado, elas perguntam: “você ainda está casado(a) com ele(a)? Enfatizando o “ainda”, quase com um tom de quem quer confirmar a já dada como certa, separação. Ao ouvirem que “sim!”, a reação é quase sempre um “nossa!”.


Pois é, a história de que “não deu, parte para outra” é um conceito do mundo, criado para resolver a falta da seriedade e a superficialidade com que o casamento é tratado, sem falar no noivado e no namoro. Se o sujeito casa pensando em ser feliz, engana-se redondamente; precisa casar com o desejo de fazer o outro feliz, depois os filhos que Deus enviar. Como consequência, sua felicidade virá porque não teve raízes egoístas. Para se ter paz no lar, paz em casa, paz no coração é preciso trilhar enraizado em Deus uma caminhada a dois, apoiando-se mutuamente e respeitando-se por amor a Deus e ao próximo. É sempre importante rezar diariamente pedindo a graça do aumento do amor matrimonial, conjugal e familiar, ou alguém espera chegar tão longe na vida matrimonial sem nenhuma ajuda, consentimento e bençãos do altíssimo?

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9 - Cheguei na véspera

8 - Ontem se foi, hoje chegou

7 - Após três dias ressuscitou

6 - Está logo ali

5 - Um passo de cada vez

4 - Seis dias

3 - Só mais uma semana

2 - Um dia a menos

1 - Contando os dias

Fonte: Jefferson Roger


 

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sábado, 18 de novembro de 2023

Cheguei na véspera


Na história da humanidade vemos vários episódios onde a véspera de um acontecimento recebe grande importância; é um momento de reflexão e preparação. Nas práticas religiosas isso acontece muito. Por exemplo, o tríduo pascal ou as novenas. Sem dúvida a expectativa sempre aumenta. Vejamos também outro exemplo: os aniversários. Como é belo, embora um pouco sofredor, vermos uma criança aguardando ansiosamente que o dia que antecede sua data comemorativa de nascimento termine, para que enfim chegue o dia de se cantar parabéns, soprar as velinhas e finalmente, pois parecia uma eternidade, ganhar o presente tão desejado.

Nós adultos ainda conservamos muito disso, damos valores a muitas datas comemorativas em nossas vidas, sejam tristes ou alegres, lá estamos nós a comemorar, fazer menção, memória, festejar ou se resguardar e também para agradecer a Deus. Em meu caso, vivo hoje um dia de véspera, pois amanhã completarei vinte e cinco anos de casado.

Com minha esposa vivo desde o dia primeiro de dezembro de mil, novecentos e noventa e cinco. Construímos uma história juntos. Lembram que contei que minha mãe morreu quando eu tinha vinte e três anos? Pois bem, estou vivendo com minha esposa faz quase vinte e oito anos; é a mulher que está ao meu lado já por mais tempo que minha mãe. O tempo vai lapidando pessoas e apresentando vários aprendizados e nós sempre podemos sair do outro lado do túnel colhendo frutos de tudo aquilo que vivemos.

Muitas vezes festas não são necessárias para se comemorar datas festivas; algo mais singelo cumpre muito bem seu papel. No caso como o que eu estou contando, o principal agradecimento vai para Deus, responsável por promover tudo isso que estou vivendo; vai para Nossa Senhora, a quem consagrei meu matrimônio. Falta pouco, mais algumas horas e, se Deus quiser, amanhã acordarei sendo um homem casado com uma mulher, e a mesma mulher, desde dezenove de novembro de mil, novecentos e noventa e oito. Sobre isso, falarei mais um pouco no artigo de amanhã.

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8 - Ontem se foi, hoje chegou

7 - Após três dias ressuscitou

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1 - Contando os dias

Fonte: Jefferson Roger


 

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sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Devotos de Nossa Senhora


Aqui neste site, dedicado a Virgem Santíssima, eu não poderia deixar de escrever, ainda que com palavras que não alcançarão o valor dos remetidos, uma pequena homenagem, reconhecimento ao exemplo de pessoas que seguiram o exemplo da mãe de Jesus. Caro leitor, tive a graça de conviver, depois da minha mãe, com mais duas pessoas devotas de Nossa Senhora. Antes que os não católicos possam esbaforir em contrário, por aqui, neste site católico, somos sim, devotos da Virgem Maria. Ela, que a mando do seu filho pregado na cruz, assumiu toda a maternidade da humanidade, não desampara aquele que a ela recorre.

Tenho plena certeza de que a “mãezinha do céu”, como dizia o meu sogro – Lauro Hammerschmidt (foto), intercede por cada um dos filhos de Deus. Como não acreditar em um endosso do próprio Cristo? Ela nos ensinou que “devemos fazer tudo o que ele (Jesus Cristo) nos disser. Achegar-se junto da mãe é certeza de estar perto do filho, pois mãe e filho estão a nos amparar, ajudar, ensinar e nos suportar em nossas fraquezas.



A Dona Nany, Ernany Bastos (foto), esposa e mãe primorosa, embalou-me em seus braços e afetos. Fui o genro que tinha como filho e isso, admitia publicamente. Por ela, fiz tudo que pude, a tratei como mãe e não ficou para trás nenhum arrependimento; só a saudade. Eu, que sou um homem consciente de que valho muito pouco, fui bem recebido pelos dois e querido por eles com uma preocupação exemplar e muito acima do meu merecimento. Não poderia ser diferente, aprenderam com a “mãezinha do céu”.

Seu Lauro e Dona Nany, chorei por dentro a morte dos dois, agora me resta a lembrança, a saudade e a esperança do reencontro. Gosto de pensar que eles finalmente conheceram minha mãe, que partiu para junto de Deus em 1995. Deixo aqui minha homenagem e reconhecimento aos três. Os pais de minha esposa jazem em paz, lembrados oficialmente no memorial dos devotos, no Santuário Nacional de Aparecida, aqui no Brasil. Nas lembranças que nos deixaram e recordações que emergem por conta de seus pertences, ainda tive o privilégio de ser presenteado com o Santo Rosário da Senhora Ernany, para mim, agora Santa Ernany. E assim, cada um que porta um objeto que era deles, traz ao peito e ao coração a felicidade de um dia ter vivido com eles, a esperança de um dia reencontrá-los e a certeza de que nos céus, eles intercedem por nós junto a quem? Como dizia Seu Lauro: “a mãezinha do céu”

Fonte: Jefferson Roger


 

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Ontem se foi, hoje chegou


É sempre assim, caminhamos na vida em pares. Sempre é passado e presente ou presente e futuro; o ser humano possui estas questões sempre presentes em sua mente. Afinal, não pode viver sem qualquer direção porque na ausência de uma certamente o mal irá oferecer todas as opções disponíveis para que a perdição da alma seja instalada na vida do sujeito.

Ontem se foi, relatei em outro artigo que minha filha mais nova fizera oito anos. Hoje, uma sexta-feira, dista minha vida um tempo de dois dias. Dois dias para o domingo, um dia diferente, um dia, que como qualquer outro, não se repetirá. É sempre assim, dias não se repetem; quem sabe, quando muito, são parecidos. Agora, idênticos, não há como.

O leitor que acompanha esta sequência de artigos sabe que parei o relato na época do noivado. Era o mês de mil, novecentos e noventa e sete. Mais um ano se passaria nesta condição para enfim o casamento acontecer. Casamos. Cinco anos depois veio a primeira filha. Dezessete anos depois, veio a segunda filha.

Para o católico, que crê na graça dos sacramentos, sabe que quando duas pessoas se assumem seriamente e publicamente na intenção de contrair núpcias, confirmando este ato através do casamento civil, o chamado casamento no cartório, coisa que no mesmo dia poderá acontecer na igreja ou em data posterior, ali já acontece o sacramento, por parte de Deus. Vamos recordar o porquê: Deus vê os corações e vê no oculto. Sabe que não é uma separação intencional, casar no cartório em um dia e na igreja em outro dia. Simplesmente as datas não coincidiram. Então, já que os nubentes resolveram tornar público perante os homens a decisão do casal, Deus a endossa neste momento, onde posteriormente as demais bênçãos divinas acontecerão na cerimônia oficial na igreja.

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1 - Contando os dias

Fonte: Jefferson Roger


 

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quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Um dom de Deus


Já lemos nos salmos que eles são um dom de Deus. Venham como venham, sejam com sejam. O amor que nasce e costura essa relação de pais e filhos não se quebra por qualquer coisa. Arrisco ir mais fundo e dizer que nunca se finda, mesmo na morte. Ora, não lemos na bíblia que nem a morte nos separará do amor a Cristo? Por que seria diferente dentro dos membros de uma família? Ao menos, vivem depois da morte e antes do reencontro eterno, em nossas lembranças.

Hoje, exatamente hoje, minha segunda filha, a Sofia, está a comemorar oito anos de vida. Claro, não sejamos mentirosos, filhos dão trabalho e despesa, mas isso é ínfimo se comparado ao que nos trazem de bom. Por causa deles nos tornamos pessoas melhores a cada dia. Os amamos apesar de tudo, pois são o fruto da relação matrimonial, do amor de um homem e uma mulher, materializado no leito sagrado.

Falo aqui sobre uma perspectiva minha, aprendida biblicamente e ensinada a mim por gerações e pela tradição de pai para filho. Se sou o que sou hoje é porque fui um filho querido e desejado, por Deus e pelos pais. O mesmo posso dizer de minhas filhas, são duas vivas e uma falecida. A Sofia hoje está a alegrar-se, pela graça de Deus, com suas amigas da escola, dançando, brincando, se divertindo, sendo feliz, sendo amada, sendo criança. Em minha casa esse direito dado por Deus a cada um – de sermos crianças – não lhe será tirado pela sociedade, por mais que o mundo queira. Já levamos uma vida tão difícil e mais difícil a cada dia, que momentos assim, como o retratado aqui, são de extremo valor para a vida e o crescimento saudável de uma pessoa.

Espero em Deus (eu e minha esposa), que possamos dar sempre o nosso melhor e por elas (a Yasmin e a Sofia) fazermos tudo que estiver ao nosso alcance e aquilo que não estiver, pedirmos a Deus que nos conceda. Hoje me alegro e a felicito, pois seu sorriso é uma das coisas que me faz feliz. Parabéns minha filha, parabéns Sofia.

Fonte: Jefferson Roger


 

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Após três dias ressuscitou


Todo cristão sabe que depois de três dias Jesus Cristo deixou a morte para trás, abriu definitivamente o caminho da porta estreita até o céu e decretou que todos precisam se esforçar se desejam um dia morar no céu, no lugar da alegria e felicidade eternas. Por aqui, faltando três dias para o domingo, me esforço para seguir os seus mandatos, exemplos e ensinamentos.

Já de namorada nova a vida foi caminhando; fomos nos conhecendo cada vez mais e descobrindo as afinidades e diferenças. Houve quem dissesse no início que não combinaríamos, que éramos muito diferentes. Bom, opiniões existem, mas dentro de nossos corações e mentes somente Deus pode enxergar. Não fosse assim muitos teriam acertado. E erraram.

Caminhamos por um namoro que durou três anos. Por eu morar a oitocentos metros de distância da casa dela, já pode imaginar o leitor que eu frequentava com muita frequência a sua casa. E para se falar bem ao certo, ia vê-la todos os dias. Se ela tomou a iniciativa de começar o namoro, eu tomei a iniciativa de ir até sua casa e me apresentar para a sua mãe. E assim o namoro avançou. Época muito importante onde o casal se conhece e ameniza o convívio da vida dos casados, pena que cada vez mais muitas pessoas pulam esta etapa, não amadurecem o relacionamento, pulam até noivados e sequer casam, dizendo que vão morar juntos para fazer uma experiência, se der certo cogitam casar, e só no cartório. Caso contrário, descarta o candidato e passa para a próxima pessoa. Que horror! Essa modernidade de atitudes está muito afastada do planejamento divino para suas criaturas.

Eu, no entanto, sigo as regras do jogo. Depois de cerca de quase três anos, oficialmente ficamos noivos: era o ano de mil, novecentos e noventa e sete. Nada sem muito estardalhaço, tudo muito simples. Bem ao estilo antigo “pedi a mão” da moça ao seu pai, acompanhado pela sua mãe. É, caro leitor, embora isso aconteceu no século passado eu não fugi nadinha do “script”. Uma decisão assim não seria tratada com leviandade, pois é uma notificação oficial de que o relacionamento pode subir um patamar no campo da seriedade.

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Fonte: Jefferson Roger


 

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quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Está logo ali


Existe um ditado que diz que já se pode ver a luz no fim do túnel. Pois é, vivo uma sensação parecida, pois daqui a quatro dias, se Deus quiser, terei atravessado esse túnel. Diria eu, fazendo uma breve analogia, que Deus nos coloca numa espécie de túnel, Do ponto em que nascemos até o final da vida ele nos orienta como devemos viver, o que devemos fazer e o que devemos deixar de fazê-lo e sequer o fazer. Nos ensina sobre como devemos nos comportar, se é que pretendemos um dia viver com ele por toda a eternidade no reino dos céus.

O diabo detesta isso e faz de tudo para que saiamos desse túnel e vivamos aventuras desregradas bem afastadas do que o altíssimo espera de cada um. O demônio é assim, se mete em toda a parte, não vale nada mesmo e quer que as pessoas sejam como ele: inimigas de Deus. Ninguém escapa das investidas e eu, que agora estava de namorada nova, era foco mais acirrado de sua atenção. Não pense o leitor que se trata de ego, nada disso; o diabo vê nos casais de namorados a possibilidade de constituírem uma família, algo que sempre foi desejado por Deus, haja vista a sagrada família.

Ele não quer compromissos sérios entre as pessoas, vidas pautadas no evangelho de Jesus Cristo. Ele quer algazarras, farras e orgias carnais e todo o tipo de libertinagem que Deus abomina. Não foi o meu caso; de namorada nova, a vida tomava outro rumo. E sim, desde o início nada passou de uma aventura, o namoro foi época de preparação para uma vida adulta, mais séria, cheia de desafios e compromissos que, embora alguns não queiram admitir, fazem parte da vida de cada um.

Ali estava eu, com uma moça que um dia se tornaria minha esposa e mãe das minhas filhas. Não sabíamos nada sobre o que viria pela frente, mas sabíamos que nossos caminhos queríamos nós, sobre eles, que seguissem unidos. Assim começou o dia a dia, não de uma vida nova, mas de uma nova vida. Eu me achava o “cara”, pisando firme por aí, tinha namorada, uhuuu! Estava feliz da vida, um novo tipo de amor entrara em minha vida.

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Fonte: Jefferson Roger


 

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terça-feira, 14 de novembro de 2023

Um passo de cada vez


“Um soco, um passo, um round de cada vez”; ouvimos essa frase no filme Creed – Nascido para Lutar. Na mensagem que o personagem passa está o fato de que devemos seguir pela trilha cientes de que não existem caminhos fáceis na vida, ainda mais quanto mais alto é o preço das conquistas que almejamos.

Assim é para todos, e também para mim. Seguindo a história que estou a contar desde sexta-feira passada, posso olhar adiante e ver que faltam cinco dias para o marco tão propagado por mim nesta pequena sequência de artigos. Aos mais atentos a suposição já é situação parceira nesta caminhada que o leitor tem feito comigo. Agradeço por isso, vamos em frente. Pois bem, outubro foi ficando para trás, com a nova lembrança que eu não comemoraria o aniversário da mãe. Agora, no entanto, eu ainda não sabia, mas neste mesmo mês outra lembrança faria parte da minha existência.

Vamos acelerar um pouco e deixar os rodeios de lado; pelo menos um pouco deles. Novembro também se foi e dezembro bateu às portas. Era o dia primeiro, já anoitecera. Eu fazia um bolo de chocolate. Meu pai não estava em casa, meus irmãos estavam. Tenho dois. Enquanto esperava que a nega maluca terminasse de assar fui lá na frente de casa tirar o carro da garagem. No dia seguinte eu sairia primeiro, então tinha que deixar a vaga disponível, logo meu pai iria chegar. Ocorreu então, que ao chegar na frente de casa eu a avistei pela primeira vez. Uma moça com seus dezenove anos, sentada com alguns amigos na frente de uma lanchonete que existia ao lado da casa onde eu morava.

Trocamos olhares e eu fui logo a chamando para conversar. Todos sabem, aquela conversa inicial onde mais se parece uma troca de questionários. Afinal, como começar de forma diferente? Conversamos um pouco, ali mesmo, eu para dentro de casa, ancorado no portão dos carros e ela do lado de fora, de mãos no bolso, em pé a uma distância segura. Seria dentro de poucos minutos nosso primeiro dia de namoro. Isso graças a ela, que na hora da despedida apostou todas as fichas. E junto a lembrança do aniversário que não se comemoraria mais em outubro achegou-se a informação de que em outubro minha namorada fazia aniversário.

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Fonte: Jefferson Roger


 

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segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Seis dias


Lemos na bíblia que Deus criou o mundo em seis dias e no sétimo descansou. Daqui a seis dias irei comemorar o meu marco, já venho falando sobre isso faz três artigos e no domingo próximo o dia chegará. Não como a jornada divina de seis dias, pois a jornada que estou contando, muito resumidamente, levou muito mais tempo. Em um de meus livros, cujo link está aqui no site (O que Deus sabe sobre mim – vol 01), é possível conhecer um pouco mais a fundo certas etapas de minha vida. Por aqui, sigo então em mais um pedacinho dessa história.

Meu aniversário passara, lembram que eu falei que as perdas sempre são lembradas? Sim, as datas sem os entes queridos agora serão lembradas de uma forma diferente; com lamentos, saudades, pesares, tristezas, sempre, conforme a natureza de cada pessoa. Eu, que mal tinha passado pelo mês de meu aniversário, o primeiro sem minha mãe, já no mês seguinte viria outra “ripada nas costas”.

Ela fazia aniversário em outubro. Já pode deduzir o leitor: o primeiro aniversário “dela” sem “ela”. Claro que soa meio estranho, eu sei, porém, a partir de então as pessoas começam a dizer assim em relação a uma pessoa: se ela estivesse viva estaria fazendo tantos anos. Acho um pouco perigoso pensar assim, pois corremos o risco de abafar o legado deixado. Digo perigoso porque com um pensamento como este a tentação dos lamentos e dos “ses” pode vir a cavalo. Exemplo: se ela fosse viva, seria avó, se fosse viva, teria ajudado a criar as netas, se fosse viva viria me visitar toda a semana, e assim por diante. Que fique a saudade e não os lamentos, não é mesmo”?

Passei pelo mês, não tinha o que fazer, parado é que não poderia ficar. “Força na paçoca” (essa gíria é antiga, mas retrata bem a dificuldade em se fazer força para seguir em frente quando parece que a força é em vão). Já experimentou comer uma paçoca que precisa primeiro ser aberta sua embalagem? Muito bem colada se fizermos força abrimos o produto, mas ela se desmancha. Assim é na vida, não adianta forçar a barra, remar contra a maré, dar murro em ponta de faca. Deus dita os termos de nossas vidas e nós aceitamos ou inutilmente nos rebelamos, igualzinho fez e faz o diabo todos os dias.

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3 - Só mais uma semana

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1 - Contando os dias

Fonte: Jefferson Roger


 

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domingo, 12 de novembro de 2023

Só mais uma semana


Pois bem, doze mais sete é igual a dezenove. Pois é, dia dezenove de novembro será um domingo. Neste dia um marco chegará e será fincado no mapa e história de minha vida. Mas vamos em frente, temos que preencher as lacunas que separam estes dias. Dissera eu no artigo anterior que meu aniversário, o primeiro sem a presença de minha mãe, estava a se aproximar.

De fato, já há alguns anos os aniversários eram comemorados de maneira mais tímida. Vamos crescendo e tudo nesta data vai ficando singelo, simples, mas verdadeiro. Sem estardalhaços, sem algazarras, ainda mais se o espírito não pede nem sente falta de algo assim. E setembro chegou, o dia três; fiz vinte e quatro anos e o primeiro sem a mãe. Sei que parece repetitivo ficar falando “sem a presença”, “sem a presença”, mas, aqueles que já perderam alguém em suas vidas entendem muito bem o que é ter que conviver todos os dias e até o fim dos seus dias, vamos lá, sem a presença de alguém.

E mais, depois disso você começa a usar esta expressão muitas vezes em sua vida, principalmente no primeiro ano completo da perda de seu ente querido. Falarei sobre isso mais adiante; por aqui, continuo a falar do meu aniversário. Foi uma data completamente normal, como um dia qualquer. Só não estive sozinho porque Deus estava comigo, me fazendo lembrar que a vida é assim, que de tempos em tempos todos vamos sendo chamados à sua presença.

Sei que essa é uma parte dura da vida e por isso muitas pessoas evitam pensar a respeito. Eu diria que não é uma atitude certa, pois ser surpreendido é pior do que ser surpreendido estando ciente de que isso é coisa já decretada pelo altíssimo. Nas sagradas escrituras se fala e ensina muito sobre isso. Numa passagem do livro do Eclesiástico lemos que devemos pensar constantemente em nossos novíssimos e jamais pecaremos. Só por aí já deduzimos que não pensamos o quanto deveríamos. Eu particularmente até que pensava e ainda penso e quanto mais vivo mais lembro disso. Recordando, os novíssimos são as últimas realidades de nossa vida: morte, julgamento, inferno, purgatório e/ou céu.

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1 - Contando os dias

Fonte: Jefferson Roger


 

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Um dia a menos


Ontem, dentro da contagem regressiva desta história, oito dias se seguirão até que saiba o leitor como esse acontecimento termina, ou começa. A mãe tinha partido, começara então uma desestruturação familiar. Sim, em famílias precisam existir alicerces do contrário, como nas construções de alvenaria, a ruína é algo muito possível de se acontecer. Se em famílias saudáveis suas bases e fundamentos já são testados pelo mundo e pelo diabo diariamente e incessantemente, quem dirá se não existir solidez familiar?

Lá se tinha ido, com apenas 43 anos, perdera a batalha contra o câncer. A família se dispersou; em poucos meses pai e irmãos seguiram cada um os seus caminhos e para mim, não foi diferente. Eu trabalhava, jogava o meu videogame, corria a pé (isso desde 3 de setembro de 1982), assistia aos filmes e documentários preferidos e seguia adiante. Detalhe: ainda não tinha chorado a morte de minha mãe.

Maio, Junho, Julho... Os meses caminhavam, pois, a vida é assim, se você tentar pular fora desse trem ele não irá parar te esperando, aguardando que reembarque. Ele está em movimento, só avança, sempre em frente, com destino certo. Nele, você deve estar e suportar todas as adversidades do trajeto caso pretenda desembarcar no ponto final. Não pule antes, pode se arrepender e isso ser tarde.

Então foi o que fiz, segurei as pontas, aguentei firme. Na rotina de nossas vidas, que embora não pareça, sempre são modificadas eu procurava olhar para frente, pois, tinha que ter em mente que o segundo do momento presente ia me deixando a cada batida do coração. Soframos ou não, isso não importa. A implacabilidade da vida não está nem aí para você. Suporte e resista ou será soterrado por não lutar. Se é assim que é, não me restava opção, tinha que seguir lutando, aproximando-se do meu primeiro aniversário sem a presença de minha mãe.

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1 - Contando os dias

Fonte: Jefferson Roger


 

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sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Contando os dias


A história que vou contar, como a maioria das histórias de nossas vidas, caracteriza-se como um momento único, que nunca mais irá se repetir. Nossa vida, de fato, é muito rica; não dizem os ditados que daria para escrever um livro? Pois bem, acredito que daria sim. Porém, por aqui, faltando nove dias para um marco em minha vida, irei contar resumidamente sobre essa pequena parte, esse pequeno detalhe que estou a vivenciar, repito, daqui a nove dias.

Irei a cada dia falar um pouco a respeito, assim o leitor do site e aqueles que porventura passarem por aqui, poderão conhecer um pequeno testemunho biográfico de quem vos escreve. Era o ano de 1995, o mês era abril. Um mês marcado por acontecimentos difíceis e verdadeiros e, acima de tudo, inevitáveis na vida de todo ser humano. Muitas pessoas, sequer cogitam falar ou pensar sobre isso. Não suportam encarar tamanha realidade da qual não se pode escapar.

Sendo assim, lá estava eu; neste ano eu completaria 24 anos. Seria uma idade que não poderia eu deixar de lembrá-la e relembrá-la até o final dos meus dias; seja lá quantos dias ainda faltem. A memória deste ano ficaria marcada, muito bem cicatrizada na mente e no coração. Eu era solteiro, trabalhava e ainda morava com os pais. Fazia parte do que eu chamo de primeira família, a família onde nascemos, onde Deus nos quis ali para ingressarmos neste mundo chamado na oração da Salve Rainha de “Vale de Lágrimas”. Convenhamos, hajam lágrimas em nossas vidas, sejam de alegrias ou tristezas, dores, pesares, desgostos ou decepções, lá estão a nos ajudar a colocar para fora toda a pressão dos sentimentos.

Neste ano, porém, minhas lágrimas não sairiam, o baque foi muito grande e mesmo esperado, a realidade que se apresentava, duríssima para qualquer um, mesmo para os que acreditam e têm fé em Deus, trazia uma carga imensa que aperta corações. Corações que, se não estiverem amparados por Deus, sofrerão além do que não se pode evitar, um pesar muito devastador. Abril chegou; com ele o dia derradeiro: a mãe, depois de lutar por três anos contra o câncer faleceu em casa: era o dia 22 de abril. Ali começou outra contagem, uma vida que Deus chama para seu convívio eterno e um contar de dias e meses para o ingressar de novos acontecimentos. Eu não sabia, mas esperava por mim o mês de dezembro com um grande acontecimento preparado por Deus...

Fonte: Jefferson Roger


 

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terça-feira, 7 de novembro de 2023

Não pense como o diabo


Ele tem suas filosofias e seu modo de pensar e agir. Segundo a palavra de Deus, quando chegar o fim dos tempos ele será derrotado de forma definitiva e banido para todo o sempre da existência humana. Até lá, vá entender os motivos divinos, temos que conviver com suas artimanhas. Digo vá entender porque, em primeiro momento, é estranho pensar que o tão propagado Deus de amor, que é amor, segundo São João, consentiria em permitir que seus filhos – suas criações – padecessem pela terra à mercê do mal, sofrendo diariamente o ataque do inimigo.

Deixando, todavia, isso de lado, precisamos nos concentrar em não agir como ele, como o diabo. Ele se comporta como o franco atirador, que não tem mais nada a perder, não irá vencer Jesus Cristo, não irá reinar pelos séculos dos séculos, não irá vencer a Virgem Maria. Pois bem, se é assim que é, então ele pensa: que se dane, já perdi e perderei mesmo essa batalha, então já que meu navio vai afundar quero levar comigo quantos mais eu conseguir.

Eis o perigo, é nesta permissão divina que o demônio trabalha; tentando diariamente convencer as pessoas – sem exceção alguma – a passarem para seu lado (entrar nesse navio) ao custo de perder a alma no inferno por toda a eternidade. E a entrada para lá é bem pequena em termos reais: basta virar as costas para Deus deixando de seguir seus mandamentos, o evangelho de Jesus Cristo e passar a viver uma vida que agrade apenas a si.

E nem se trata de não fazer o mal a alguém, trata de apenas fazer o bem a si. Caso alguém tenha notado isso configura a desobediência ao primeiro mandamento divino: amar a Deus sobre todas as coisas com todo o teu coração, alma e entendimento. Isso inclui até a própria pessoa que deve se colocar em plano inferior, não querer em primeiro lugar coisas para si e sim, por amor a Deus, querer por ele, para ele e com ele, onde aí se inclui o próximo. O próximo, que aliás, não é objeto de consumo que serve para colaborar em muitas ofensas contra Deus o que inclui todos os pecados da carne. Então, ao invés de uma atitude assim de “tocar o dane-se” (sei que a expressão é tocar o “fo4a-s3”), devemos virar nosso pensamento 180° e focar nas coisas do alto, colocando nosso coração no céu. Lembremos, onde está nosso coração aí está nosso tesouro, disse Jesus.

Fonte: Jefferson Roger



 

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domingo, 5 de novembro de 2023

Voltando no tempo


No filme A Máquina do Tempo de 2002, acompanhamos a trajetória do protagonista que, por conta de acontecimentos imprevistos, se torna obcecado em retornar no tempo para interferir em eventos de sua vida que levaram a morte de sua amada. Cada vez que ele faz a sua tentativa, de uma forma diferente, sua mulher é morta; quanto mais ele tenta mais percebe que não existe uma maneira de alterar o inevitável.

Isso acarreta um estado psicológico bem destrutivo em sua vida, o fazendo se isolar de tudo e de todos, porém, não foi possível corrigir o passado e após, algumas tentativas, um acidente o leva para outra realidade ainda mais distante daquilo que pretendia para si, em vida. Apesar de ser um filme de ficção científica, o produtor do filme quis transmitir uma mensagem, que até certo ponto, não deixa der incomum no mundo cinematográfico, pois, a sétima arte aproveita o acesso do público para, não só entreter como também transmitir mensagens e lições de vida. Afinal, quantos filmes que assistimos são baseados em fatos reais?

Em A Máquina do Tempo isso não é diferente. Em sua jornada o personagem interpretado por Guy Pierce retoma as rédeas de sua vida e segue em frente, fazendo de suas cicatrizes uma motivação e um aprendizado. Na vida real, temos alguma escolha? A não ser seguirmos em frente, aprendermos com nossos erros, nossos acertos, procurarmos nos moldar conforme as direções que Deus nos aponta e caminharmos sempre rumo a porta estreita, a porta do céu? Até temos, mas são escolhas distantes do desejo divino. No mais, o mais próximo que podemos chegar de voltar no tempo é quando nos arrependemos das escolhas erradas que fazemos e recorremos aos braços do Pai Eterno, que sempre nos acolhe, perdoa, ama e nos corrige, pois, não nos quer como filhos inúteis e sim, como herdeiros do reino dos céus.

Fonte: Jefferson Roger


 

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Mostra-me a mãe


Existe um filme dos irmãos Kendricks que se intitula “Mostra-me o Pai”. O filme retrata em forma de documentário as importâncias da figura do pai no seio familiar. Com algumas histórias o filme vai demonstrando o quão é importante a presença paterna para os filhos. Se assim o é em relação ao pai, quem dirá então, em relação a mãe.

O poder da maternidade inserida divinamente na mulher, foi algo extraordinário que Deus quis entregar para a humanidade. E pensar que quanto mais a humanidade “avança e evolui” mais se acha no direito de pensar que é dona de si e de suas atitudes. Com essa história de que o corpo é meu e a vida é minha as pessoas vão agindo conforme seus desejos e necessidades. Afastam para bem longe de si a ideia divina de que precisamos de Deus para tudo. Um tudo que é refletido no amor materno, da mãe pelos filhos e da esposa pelo marido.

Não quis Deus presentear a humanidade com a Virgem Maria? Pois bem, as mães são um pequeno reflexo dessa intensão divina que brilha em Maria Santíssima por amor a Deus e em todas as mães por amor a Jesus. Todos tivemos mãe, sem exceção e todos recebemos de Deus a oportunidade de acolhermos a Virgem Maria como nossa mãe.

Sobre as mães muito já se falou neste site e sempre será pouco enaltecer o valor que elas possuem na vida de uma família e de uma sociedade. Todos os dias são dias das mães ou por acaso já se ouviu dizer que uma mãe tem dia de folga? Pois é, se as mães terrenas não têm, que dirá a mãe das mães, Nossa Senhora? Que intercede diariamente por todos confiados na cruz pelo seu filho? Que poderia estar preocupado com tantas coisas, inclusive com sua dor, mas não, preocupava-se em encaminhar os filhos do altíssimo e, diga-se de passagem: muito bem encaminhados, pelas mães que tivemos e temos e pela mãe do ressuscitado.

Fonte: Jefferson Roger


 

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