segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Cuida das mentiras


“Cuida-te para não dizeres mentira alguma, pois o costume de mentir é coisa má”. Este versículo caros leitores é o versículo 14, retirado do capítulo 7 do livro do Eclesiástico. Assim como o livro dos Provérbios, este livro possui grandes ensinamentos encontrados em toda a sagrada escritura e com o versículo em questão que estamos a meditar, não poderia ser diferente. Mesmo que não fosse contextualizado facilmente uma pequena educação apoiada em bons, sensatos e honestos princípios poderia e pode apontar que, esse negócio de mentir não é coisa boa.

Indo um pouco mais além, podemos compreender que como tudo se relaciona com a eterna batalha do bem contra o mal, da mesma forma a verdade contrapõe-se a mentira. Como nos diz o versículo, essa atitude que é má, principalmente é porque ela se contrapõe ao pai de todas as verdades: Jesus. Foi Ele quem nos disse que é a verdade. Então, não importa em que grau iremos mentir. Não existe isso de que é uma mentirinha, ou que é uma mentirinha branca, uma mentirinha branda. De que essas pequenas mentiras ajudam a resolver alguns probleminhas. Nada disso, assim como não existe esse negócio de que vamos mentir só um pouquinho e que não vai fazer mal algum pois a intenção é boa.... e por aí vai. Dá para ficar aqui relacionando uma série de malabarismos que as pessoas fazem em suas mentes na tentativa de acalmar a consciência perante um ato que no fundo sabem que está errado.

É o mesmo caso das pessoas que são multadas no trânsito. Elas vão fazendo, vão fazendo, vão se arriscando e não vão sendo pegas. Não são vistas cometendo seus erros até que quando, por exemplo, são flagradas, dão suas desculpas esfarrapadas, muitas vezes irritadas argumentando que tantas pessoas fazem assim e porque não penalizar a todos? São pegas e a primeira reação do infrator ao erro é o ódio.

Isso já foi dito pelos santos da igreja católica, por Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. A primeira reação do pecador frente a verdade é o ódio. Pois bem, se mentir é um erro e não existe uma mentira que seja verdadeira pois não se coadunam verdades com mentiras será que existe graus de mentira? Vamos refletir.

Com certeza podemos afirmar que sim. Vamos a um simples exemplo para elucidar. Se não sou conhecedor da verdade a respeito de um assunto e aprendo sobre ele algo que é mentira passando a divulgar essa mentira como se fosse verdade, estou a cometer um erro, que tem sua parcela de gravidade estando eu em ignorância vencível. Para elucidar, ignorância vencível é a falta de conhecimento que podemos resolver, indo por iniciativa própria em busca da verdadeira verdade. Por outro lado, se sou conhecedor de uma mentira, sabendo que esta é de fato mentira, e me levanto em defesa dessa mentira, conscientemente, já aqui existe um agravante pois por livre arbítrio optei pelo que me convém, pela verdade que não é a verdade.

Vamos resumir até aqui? Mentir sem saber é uma coisa, mentir sabendo é outra. E para relembrar, mentir é desobedecer o oitavo mandamento da lei de Deus. Se não lembra lá vai ele: "Não levantar falso testemunho". Bem, continuemos. Transformando a questão para a realidade do pecado, este poderá ser venial ou mortal. E tem mais, assim como não se pode e não se deve ter uma fé percentual, não se pode compactuar com a mentira, que é falsa. No dia de nosso juízo particular não poderemos dizer a Jesus que fizemos isso, isso e aquilo de bom, mas para resolver alguns probleminhas de ordem pessoal e egoísta dissemos essa, essa e aquela mentirinha.

Tomemos cuidado, pode ser que algumas mentirinhas apenas nos coloquem no purgatório, mas uma quantidade de mentirinhas podem se somar e nos levar ao passo derradeiro do abismo, nos condenando ao inferno. Não se peca grave e mortalmente de uma hora para outra. As tentações vão nos fazendo cair aos poucos até que enfim damos o passo final na rampa da condenação. Por isso que a bíblia nos ensina a tomarmos cuidado. Santo Agostinho já dizia sobre os pecados veniais: “se não teme ao cometê-los, treme ao conta-los.


fonte: Jefferson Roger

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