Já dizia o apóstolo, nos recordando as realidades que nos
cercam, que a batalha que empreendemos é contra os espíritos malignos (Efésios
6,12). O bondoso Deus quis, para poupar muitos dos terrores diários que
vivemos, proibir que possamos ver o mundo espiritual que nos cerca. Todavia,
embora as coisas sejam assim, todos nós temos um grau de mediunidade, chegando
alguns casos a ter um grau mais elevado denominado pela bíblia de dom de discernimento
dos espíritos (1ª Coríntios 12,10).
Seja como for, para a maioria de nós e na maioria das vezes,
tudo não passa de sensações e pressentimentos, que por não desenvolvermos o
dom, nos deixa bem aquém dos recursos necessários para o combate diário que
precisamos e precisaremos empreender contra a caterva infernal por toda a nossa
vida terrena. Claro que é difícil prescrevermos sobre nossa situação, se estamos
em vantagem ou desvantagem. Isso, porque insistimos em ficar em cima do muro ou
pendemos para o bem ou para o mal quando nos convém (Apocalipse 3,16).
Credo! Vai bradar alguém; “eu, pender para o mal? Deus me
livre!” – Pois é, pendemos sim e pior: diariamente e ao menos sete vezes por
dia (Provérbios 24,16). Minha nossa! Que horror! Concordo, que horror mesmo, a
situação humana é bem delicada, difícil, complicada e desafiadora. Já pensou se
ainda por cima tivéssemos a graça de enxergar tudo a nossa volta? Caramba! Aí é
que eu quereria ver o sujeito pensar não só duas vezes antes de cometer uma besteira,
mas duzentas vezes. Podendo enxergar o mal que lhe cerca e arma contra si
certamente teria mais cuidados do que tem (1ª Pedro 5,8). Mas... Tem sempre o mas.
O preço que está imposto ao filho de Deus não é dos poucos, não é barato, não
permite descontos, pechinchas, tampouco abreviações. A fatura é seca, curta,
grossa, objetiva e muito clara: não lute sozinho (João 15,5), você precisa ao
seu lado do Deus do impossível (Mateus 19,26) para te conduzir pelo vale das
sombras (Salmo 22); e renuncie a si mesmo, tome sua cruz, dia após dia, e siga
Jesus Cristo (Lucas 9,23).
Nunca se ouviu dizer que, mesmo que mui raramente, uma
pessoa conseguiu sozinha vencer a batalha espiritual, de peito aberto e apenas
com recursos próprios contra as investidas do mal. Já não nos parece muito difícil
com a ajuda divina? Quem dirá se cometermos a burrice de tentarmos sozinhos.
Fonte: Jefferson Roger
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