terça-feira, 31 de maio de 2016

O papel dos pais na catequese

Não é comum nos dias de hoje, e pode-se dizer que já há muito tempo, que a expressão terceirizar tem tomado conta de muitas áreas da sociedade, tanto no âmbito material como no âmbito espiritual. Vamos ver como isso funciona. Trato aqui da questão colocando sob o olhar dos holofotes a figura dos pais.

Os pais pensam estarem evoluindo e por isso, modernizando-se aderem a ferramenta chamada terceirização, aplicando-a em atividades cujas responsabilidades não podem ser transferidas. Já começa aos pés do altar, na hora do matrimônio. Os noivos se comprometem educar na fé os filhos que Deus enviar. Como é que alguns pais esquecem disso tão rápido? Deus nos disse em Deuteronômio 6,6-7 que “Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração. Tu os inculcarás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares”.

Ou, num bom português: em todos os momentos da vida. E mais, muitos pais esquecem do ensinamento da primeira carta aos Coríntios 12,27 que diz: Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros. E como bem aprendemos que a igreja constitui o corpo de Cristo é preciso termos em mente também a sua hierarquia. A igreja é Universal, com sede em Roma, é particular com sede nos países, é local com sede nas paróquias e comunidades e familiar com sede em nossos lares. Portanto, como crismados que somos e por isso, soldados de Cristo e membros de sua igreja, percebemos que a missão que nos foi conferida pelo próprio ressuscitado se aplica em sua igreja como um todo, e a igreja passa pela nossa casa. É por isso que o primeiro livro de Macabeus 3,43 vai dizer “cuida do povo e da sua religião”.

Nosso povo começa em nossa casa, com nossa esposa, nosso marido e nossos filhos. E isso não se terceiriza. Porque se delegarmos nossas obrigações de irmãos na fé, de soldados de Cristo e de pais, iremos desobedecer ao que nos diz Ezequiel 3,20-21 onde está escrito que se alguém estiver a pecar e não o corrigirmos, ele será cobrado pelo erro, mas nós também seremos cobrados por nossa omissão. Haja vista, na oração do ato penitencial dizermos “que pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa”. Olha quanta falta de seriedade com a palavra de Deus, que nos nutre e instrui e nos orienta para a direção correta. Como pais não podemos lavar as mãos como Pilatos e deixar a cargo da igreja, através dos sacerdotes e catequistas a missão que deve começar em casa.

A mãe quando precisa começar a dar de comer ao seu filho não pode diretamente colocar a colher na boca do bebê, pois sabe que ele vai rejeitar. O que ela faz? Prova um pouquinho na frente da criança, faz uma cara boa e diz “hummmm” que gostosoooo! Então o que acontece? A criança é convencida pela atitude, pelo exemplo da mãe. Assim precisam ser os pais com relação aos seus filhos. Sobretudo na catequese. Se a criança, o jovem, o adolescente não vê em casa a importância de Deus na vida dos pais, não vê atitudes de práticas religiosas e enxerga um verdadeiro abandono pela causa do evangelho e total falta de participação comunitária, nas santas missas e nas atividades da sua religião, tudo isso aliado a uma completa falta de cobrança, acompanhamento e interesse, o que esperar de uma pessoa assim? O catequista não é um herói. Nestas condições o catequisando irá ficar no meio de um cabo de guerra: Os pais (mundo) de um lado x Jesus (a igreja representada pelo catequista) do outro. Pais, não sejam membros doentes do corpo de Cristo. Acordem, se convertam e caminhem com seus filhos. 

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Fonte: Jefferson Roger

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